Quercus atribui “qualidade ouro” a dois terços das praias do país
Das 543 zonas balneares designadas no país, 355 tiveram qualidade máxima da água nos últimos cinco anos.
Para ser premiada com o “ouro”, uma praia tem de ter, durante cinco anos consecutivos, a classificação máxima na qualidade da água – que correspondia a “boa” até 2009 e é de “excelente” desde 2010. É um critério mais apertado do que o das normas sobre as águas balneares, que resultam de uma directiva europeia. Segundo a legislação, desde 2010 uma praia é classificada como “excelente”, “boa”, “aceitável” ou “má” conforme os resultados das análises à água nos últimos quatro anos.
A Quercus vai mais longe para “prestigiar as praias que de uma forma muito consistente têm tido água de qualidade excelente”, afirma Francisco Ferreira, dirigente da associação. “Isto valoriza muito a escolha das pessoas quanto às zonas balneares que querem frequentar.”
O número de praias de qualidade de ouro tem vindo a subir de ano para ano. Começaram por ser 87, em 2003, duplicaram para 169, em 2004, e, no ano passado, tinham chegado a 336. Agora, 43 novas praias ascenderam à lista e 24 deixaram de nela figurar, elevando o total a 355.
Na prática, aproximadamente duas em cada três praias designadas oficialmente como “águas balneares” em Portugal têm o galardão da Quercus.
A maioria das praias de ouro – 244 (69%) – também hasteará a Bandeira Azul este ano, outro símbolo de qualidade, mais exigente. Atribuído pela Associação Bandeira Azul da Europa, a distinção requer o cumprimento de 32 critérios, divididos em quatro categorias: informação e educação ambiental; qualidade da água; gestão ambiental e equipamentos e segurança e serviços. Este ano, 298 praias terão o direito de hastear a bandeira.
O facto de haver cada vez mais praias “ouro” mostra que a qualidade da água está longe de ser um problema, como o era há apenas duas décadas. Em 1993, pouco mais da metade (58%) das praias sujeitas a análises à água satisfazia os critérios mínimos de qualidade. Cerca de um quarto (27%) tinha água de má qualidade. O resto não chegou a ser classificado, por falta de análises suficientes ou outras razões.
Já no ano passado, 92% das praias costeiras foram classificadas como “excelentes” e 98% satisfaziam os critérios mínimos. As interiores ficam mais atrás: 85% cumpriam os mínimos e 60% eram “excelentes”.
“É um caso de sucesso no litoral, mas ainda falta ser um caso de sucesso nas praias interiores”, alerta Francisco Ferreira. As praias fluviais e de albufeiras, diz Ferreira, são uma alternativa turística potencial e por isso merecem maior atenção. “Há muitas praias costeiras, mas estão sobrelotadas. Nas do interior, ainda há um longo caminho a percorrer”, refere.
Das 97 zonas balneares interiores classificadas pela Agência Portuguesa do Ambiente em 2013, 28 vão poder ostentar o símbolo de “qualidade ouro” da Quercus – ou seja, 29%. A taxa de sucesso das praias costeiras e de transição é muito maior: 73%.