A Vodafone Portugal anunciou esta quarta-feira que vai continuar a investir na sua rede de nova geração em 2016, à semelhança das rivais NOS e PT Portugal. A empresa liderada por Mário Vaz tem já 2,2 milhões de casas passadas com fibra e pretende ligar outras 550 mil até final do próximo ano, num “investimento total de 125 milhões de euros”.

O objectivo é chegar aos 2,75 milhões de casas, alcançando uma cobertura equivalente a mais de dois terços das famílias e empresas portuguesas, destacou a operadora, em comunicado.

"A Vodafone está investir permanentemente no incremento da rede de fibra há dois anos e meio", afirmou Mário Vaz, no debate "O Estado da Nação das Comunicações", realizado no 25.º Congresso das Comunicações da APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações. "Vamos investir 125 milhões de euros e juntar mais 550 mil casas até final do ano fiscal", acrescentou o gestor, citado pela Lusa.

A Vodafone começou a desenvolver a rede de fibra em 2010 e, em Maio de 2014, anunciou um investimento de 200 milhões de euros na expansão dessa infra-estrutura, com o objectivo de chegar a 1,5 milhões de casas.

De acordo com informações recolhidas pelo PÚBLICO, os investimentos anunciados esta quarta-feira são, “na sua parte mais significativa, investimento novo”.

No ano passado, a operadora, que é frequentemente acusada pelos concorrentes de concorrência “demasiado agressiva” nos preços, assinou um acordo com a PT Portugal para partilhar investimentos na rede. Um entendimento que foi estimulado pela entidade reguladora das Comunicações, Anacom. 

O acordo "é susceptível de melhorar as condições de investimento e de concorrência em várias zonas do país”, disse então ao PÚBLICO fonte oficial do regulador. O acordo permitirá às empresas repartirem os custos de levar fibra a zonas menos atractivas (menos povoadas) e aumentará a concorrência naquelas “onde só há um operador de cabo”. “Por outro lado, em zonas onde só está o cabo e a PT, passará a haver mais um operador de fibra, a Vodafone, o que irá certamente manter uma pressão concorrencial sobre os preços e a qualidade de serviço em benefício dos consumidores”, sustentou a mesma fonte.

Este acordo, que já terminou, permitiu a cada uma das empresas chegar a mais 450 mil potenciais clientes das chamadas ofertas convergentes (pacotes de serviços que incluem telefone, televisão e Internet).

No comunicado desta quarta-feira, Mário Vaz destaca que a Vodafone Portugal quer continuar a garantir o acesso dos seus clientes aos serviços sobre redes de nova geração, seja pela "construção de rede própria, recurso a partilha ou co-investimento em rede ou mesmo através de acordos de wholesale [grossistas]".

O gestor assegura ainda que a empresa mantém "em aberto todas as oportunidades" para concretizar esse objectivo.