Vendas de carros crescem 4,2% mas mercado continua longe dos níveis anteriores à recessão
Comercializados quase 66 mil ligeiros de passageiros até Julho. Subida não chega para compensar quebras dos últimos anos.
Mas se o número de veículos novos que saiu dos stands portugueses até Julho engrossou em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento é insuficiente para permitir uma recuperação sustentada das vendas.
Quando se olha para o aumento homólogo de 4,2%, aliás, deve considerar-se o facto de o mercado ter atingido em 2012 “um volume anormalmente baixo”, porque este foi “mesmo o pior ano de vendas” em 27 anos, desde a liberação do mercado.
De Janeiro a Julho, foram comercializados 75.814 veículos, enquanto no mesmo período do ano passado se contabilizavam 72.758 unidades (entre ligeiros de passageiros, comerciais ligeiros e veículos pesados).
O mercado continua, porém, distante dos níveis de 2011, quando as vendas, embora já em queda acentuada, chegavam às 128 mil até Julho. E ainda mais longe está do nível de vendas do período imediatamente anterior à actual recessão, que encolheram com a quebra no consumo de bens duradouros, o aumento do desemprego e a queda da confiança dos consumidores.
Em 2010, o volume de carros comercializados nos sete primeiros meses era mais de duas vezes superior ao actual.
Em Julho, as vendas de ligeiros de passageiros (10.844 veículos) dispararam 17,2%, comparando com um mês de 2012 em que as vendas tinham recuado 35,1%, facto que explica esta variação.
Já no período de Janeiro a Julho, o número de ligeiros de passageiros vendidos soma 65.794 unidades, superior em 5,1% face aos primeiros sete meses de 2012.
O aumento neste segmento difere muito entre as principais marcas comercializadas no mercado português. As mais vendidas – a Renault (7089 unidades) e a Volkswagen (6594 veículos) – tiveram uma subida de 2% nos sete primeiros meses do ano. As vendas de ligeiros de passageiros da Peugeot também aumentaram (5,9%), passando para as 5827 unidades. Mais expressivas, com subidas na casa dos dois dígitos, estão já a BMW, a Opel e a Mercedes, com vendas acima das 4000 unidades.
Já no mercado de comerciais ligeiros, com um peso reduzido no total das vendas, o mercado regista uma ligeira quebra de 0,4%, tendo recuado para as 8907 unidades. Nos veículos pesados, houve igualmente um recuo (mais forte, de 5,7%, para as 1113 veículos, mas também pouco expressivo para o conjunto do mercado).