Única fábrica de caixas multibanco é de Torres Vedras mas fecha portas até Junho
Japonesa Talaris tenciona despedir 37 trabalhadores e fechar unidade industrial, única na Europa a produzir ATM.
Paulo Ribeiro, dirigente do SIESI, disse à agência Lusa que as decisões foram comunicadas aos trabalhadores no início deste mês e estão a dar origem a reuniões de negociação entre a administração da multinacional e os trabalhadores, que não as aceitam.
Segundo o sindicato, a empresa está a usar argumentos para se deslocalizar que, diz, são falsos, ao alegar que dentro de alguns anos a crise vai ter reflexos na produção de máquinas multibanco para o mercado nacional.
"A empresa tem resultados líquidos, exporta a maior parte da produção e está a usar a facilidade que existe em Portugal para fazer despedimentos colectivos para se deslocalizar", defendeu.
A multinacional, que tem 200 trabalhadores espalhados pelo país - a maioria a fazer manutenção dos ATM - tenciona encerrar as instalações em Sintra e transferir para a fábrica de Torres Vedras a logística e as áreas de apoio, como a manutenção.
Contudo, tenciona encerrar a linha de produção, que emprega 20 trabalhadores, e transferi-la para a China, onde a mão-de-obra é mais barata, e passar os recursos humanos e o departamento financeiro para Espanha.
Com esta reestruturação, pretende avançar com um despedimento colectivo, dispensando 37 trabalhadores, parte dos quais da produção da fábrica.
O sindicato denunciou que "há trabalhadores portugueses, que correm o risco de serem despedidos, a dar formação a chineses na fábrica e a espanhóis em Sintra".
Os representantes dos trabalhadores têm agendada uma reunião na próxima semana no Ministério da Economia.
A empresa, que foi adquirida em 2012 pela multinacional japonesa Glory, teve em 2011 um volume de negócios de 26 milhões de euros e 429 mil euros de resultados líquidos positivos, que em 2010 tinham sido de 1,4 milhões de euros.
Dos 834 ATM fabricados, 700 foram para o mercado externo.
Em Outubro, ganhou um concurso para assegurar o serviço para a Caixa Geral de Depósitos durante três a cinco anos.
A Lusa tentou contactar a sede da empresa em Portugal, localizada em Sintra, e a fábrica de Torres Vedras, mas tal não foi possível.