Trabalhadores da CP entram na sede do BES para denunciar swap

Segundo protesto de trabalhadores de transportadoras públicas junto de bancos.

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Com o cartaz, “Swap? Basta de alimentar especuladores com o roubo dos nossos salários”, os representantes dos trabalhadores entraram no BES e, além de distribuírem aos clientes um panfleto para denunciar os danos na empresa de transporte devido aos swap (contratos de cobertura de risco), pediram para falar com a administração.

Mas, em vez de serem recebidos pela administração, os seguranças chamaram a polícia, tendo-se deslocado à sede do BES dez elementos da PSP para identificar um dos membros dos representantes dos trabalhadores.

“Pretendíamos falar com alguém da administração do banco para solicitar que devolva à empresa os milhões de euros que foram desviados através dos swap, disse à agência Lusa Abílio Carvalho, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF).

Para o sindicalista, o “desvio de dinheiro” causado pela assinatura dos contratos swap estão a causar cortes nos salários dos trabalhadores, que em alguns casos chega aos 30%, e o aumento das tarifas do transporte ferroviário aos utentes.

“Não têm que ser os trabalhadores, nem os utentes, a pagar esta especulação financeira e este desvio de dinheiro para a banca”, sublinhou, adiantando que esta acção de protesto simbólica teve como objectivo chamar a atenção para a situação criada na CP devido aos swap.

Abílio Carvalho lamentou que apenas tenham sido recebidos pela segurança e que a mensagem não tenha chegada à administração do BES, banco que considerou ser aquele que está “mais ligado à questão do desvio de dinheiro feito à CP”. “Queríamos apenas falar com alguém da administração e estamos aqui nesta acção de protesto para exigir o dinheiro que foi desviado”, adiantou.

Os representantes dos trabalhadores e dos utentes da CP escolheram o dia de hoje para a realização deste protesto simbólico por coincidir com “o primeiro feriado roubado”, que correspondia à celebração pela igreja católica do Corpo de Deus.

Esta foi o segundo protesto realizado nesta quinta-feira por trabalhadores dos transportes junto de bancos. Delegados sindicais da Carris ocuparam simbolicamente a sede do Santander Totta em Lisboa em protesto contra os contratos swap assinados entre a empresa pública de transporte e o banco detido por capitais espanhóis.
 
 
 

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