Teixeira dos Santos: Portugal não deve colocar reestruturação da dívida no “topo das prioridades”

Para o ex-ministro das Finanças, os subscritores do manifesto pela reestruturação da dívida deveriam ter clarificado que não propõe uma “reestruturação à grega”.

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O problema da dívida não pode ser ignorado, diz Teixeira dos Santos Adriano Miranda

Embora admitindo que este é um problema real e que não pode ser ignorado, o ministro das Finanças de José Sócrates não considera a questão prioritária na “agenda de decisões ou acções a promover” por Portugal no contexto europeu.

O manifesto, que junta personalidades da esquerda à direita, defende uma reestruturação da dívida pública de forma “honrada e responsável” e dentro do quadro de funcionamento da União Económica e Monetária.

Entre as soluções referidas pelos signatários estão uma redução das taxas de juro do stock da dívida, uma extensão das maturidades dos empréstimos “para 40 ou mais anos” e estudar soluções para reestruturar a dívida acima de 60% do produto interno bruto. Os subscritores defendem que a “reestruturação deve ter na base a dívida ao sector oficial, se necessário complementada por outras responsabilidades de tal modo que a reestruturação incida, em regra, sobre dívida acima de 60% do PIB”.

Para Teixeira dos Santos, o manifesto deveria ter clarificado que o processo de reestruturação defendido não se idêntica com um perdão de dívida do sector privado como aconteceu com a Grécia. O manifesto “teria ganho, no meu entender, [que] se tornasse claro que, quando se fala aqui numa reestruturação, não estamos a pensar numa reestruturação à grega; a reestruturação à grega foi traumatizante”, afirmou Teixeira dos Santos.

As declarações do ex-ministro das Finanças foram divulgadas pelo Diário Económico, que publicou excertos do programa semanal de Teixeira dos Santos que é emitido esta noite na Etv.

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