Desemprego recua para níveis de Outubro de 2010

Taxa de desemprego provisória baixa para 12,1% em Julho. Emprego cresceu 0,6% face a Junho.

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Rita Franca

Caso estes dados se confirmem (o número definitivo só será divulgado em Setembro), trata-se da taxa mais baixa desde Outubro de 2010, quando o desemprego afectava 12% da população activa.

A população desempregada diminuiu 0,7% face ao mês anterior e 14,7% em relação ao ano passado, mas apesar das melhorias continua a haver quase 625 pessoas à procura de trabalho. "Neste mês, assistiu-se a um decréscimo na população desempregada de mulheres (1,6%), adultos (0,7%) e jovens (0,9%). A população desempregada de homens manteve-se praticamente inalterada", realça o INE.

O desemprego jovem acompanhou a tendência de queda e é estimado em 31%, uma redução de 0,6 pontos em relação ao mês anterior, afectando quase 113 mil jovens entre os 15 e os 24 anos.

A estimativa do INE para a população empregada é de 4524,8 mil pessoas, mais 0,6% do que em Junho (mais 24,9 mil pessoas) e mais 1,8% do que em Julho de 2014.

Estes números são ajustados de sazonalidade e dizem respeito à população entre os 15 e os 74 anos. Se olharmos para os dados sem se ter em conta os efeitos das actividades sazonais (e que são os utilizados pelo INE para apurar a taxa de desemprego trimestral) a tendência de descida mantém-se. O desemprego atingiu 11,7% dos activos, um recuo face aos 11,9% de Junho e aos 13,7% do ano passado.

Os dados agora publicados têm carácter provisório, uma vez que são apurados com base em trimestres móveis, compostos por dois meses para os quais a recolha da informação do inquérito ao emprego já foi concluída e um mês para o qual o INE faz uma projecção. Por essa razão, só em Setembro serão conhecidos os números definitivos do mês de Julho.

Embora os números sejam provisórios, os partidos que apoiam o Governo e o PS tiraram as suas elações acerca do andamento do mercado de trabalho em Portugal. Mário Centeno, o autor do relatório Uma Década para Portugal e candidato a deputado pelo PS, começou por dizer que “o mercado de trabalho voltou a encolher”.

Questionado se é compreensível que o PS critique uma redução do desemprego para um valor que já não se verificava desde 2010, Centeno justificou que “o problema com os números do desemprego é que eles têm de valer em conjunto com os números do emprego".

"Os processos emigratórios em curso em algumas economias, caso da portuguesa, levam a um encolhimento do mercado de trabalho, que se traduz numa redução da população activa. Esse número não deixou de cair desde o primeiro trimestre de 2012, num total de 45 meses em queda", respondeu, citado pela Lusa, lamentado que a maioria considere "um sucesso" a existência de 650 mil desempregados, "a que se juntam 250 mil desencorajados e os mais de 350 mil emigrantes".

O porta-voz do PSD, Marco António Costa, destacou que os dados do INE comprovam a recuperação do crescimento económico e a redução do desemprego, considerando que ao contrário dos outros que fazem promessas, o Governo apresenta resultados.

Já do lado do CDS-PP, Nuno Magalhães realçou que os números “vêm reforçar a confiança e a esperança no percurso que temos feito”.

Desemprego de Junho revisto em baixa
Na nota agora publicada, o instituto apresenta os dados definitivos para o mês de Junho. A taxa de desemprego ajustada de sazonalidade fixou-se em 12,3% da população activa, uma ligeira revisão (de 0,1 pontos percentuais) face à estimativa inicial, que apontava para 12,4%.

A taxa que não tem em conta os efeitos sazonais também recuou 0,1 pontos percentuais face à primeira estimativa (de 12% para 11,9%).

O INE nota que os dados definitivos para o mês de Junho mostram uma diminuição da taxa de desemprego e da população desempregada, uma tendência “que se tem vindo a verificar desde Fevereiro de 2015”.

A população empregada foi alvo de uma revisão em alta. De acordo com os dados definitivos agora publicados, em Junho havia 4.499,9 mil pessoas a trabalhar, mais 7,2 mil do que estimava o INE.

Desde Novembro do ano passado, o instituto começou a publicar as estimativas mensais do mercado de trabalho e explicava, numa nota técnica, a metodologia usada e as razões por que os dados eram estimativas e seriam sujeitos a revisões.

Contudo, essas revisões têm gerado algum desconforto por parte do Governo e da oposição e a polémica subiu de tom quando o INE reviu a taxa de desemprego de Maio. A diferença entre a taxa provisória (13,2% da população activa) e a definitiva (12,4%) foi de 0,8 pontos percentuais, a maior desde que o instituto divulga os dados mensais.

Perante as críticas, o INE tinha equacionado suspender a divulgação das estatísticas provisórias, mas tal como o PÚBLICO noticiou, acabou por não o fazer.

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