Sumol+Compal despede 70 trabalhadores
O grupo nacional comunicou na manhã desta quinta-feira, aos representantes de trabalhadores, a intenção de avançar com o processo de despedimento até finais de Abril.
As 70 pessoas abrangidas trabalham, sobretudo, nas áreas de vendas e logística em todo o país. O processo de despedimento avançará até finais de Abril. Esta decisão foi precipitada pelo actual contexto económico, que teve impactos negativos no consumo interno, bem como pelo agravamento do IVA. Factores que têm penalizado o desempenho do grupo nos últimos dois anos. A Sumol e a Compal fundiram-se em 2009.
Nos primeiros nove meses de 2012, as vendas em Portugal caíram 14,6%, para 161,4 milhões de euros. A facturação global, que inclui as vendas para o estrangeiro, decresceu 10,3%, para 217,1 milhões de euros.
“Perante o actual cenário de crise, a empresa decidiu avançar com um processo de reestruturação que passará pela alteração do seu modelo organizacional e pelo reajuste de diversos processos, o que implica a redução de cerca de 70 postos de trabalho”, diz a empresa, num comunicado oficial.
Fernando Guerra, da direcção do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabaco (Sintab), disse ao PÚBLICO que os trabalhadores estão a ser chamados esta quinta-feira a reuniões com a direcção da empresa. O Sintab vai pedir relatórios sobre os armazéns e outros estabelecimentos da empresa que sofrerão reduções de pessoal.
Ontem, a Sumol pediu uma reunião com urgência ao Sintab. Esta manhã, às 8h30, o sindicato e a comissão sindical ficaram a par do despedimento. Para já, serão agendados plenários.
A empresa garante que vai dar “condições indemnizatórias acima do mínimo legal” e contratou uma empresa de outplacement para apoiar a reintegração destes trabalhadores no mercado de trabalho.
José Paulo Machado, director do Departamento de Pessoas, Comunicação e Sustentabilidade da Sumol+Compal, diz que o processo tem como objectivo “levar a empresa a ajustar-se aos novos desafios que tem pela frente, dotando-a dos recursos e da estrutura organizativa necessários para uma operação mais eficiente”.
O grupo ficará, agora, com cerca de 1200 trabalhadores.
Notícia actualizada: acrescenta o comunicado oficial da empresa, declarações do sindicato e mais informações sobre o grupo.