Subir Lall e John Berrigan estreiam-se na missão da troika em Portugal
Novos representantes do FMI e da Comissão Europeia dão início, nesta segunda-feira, à nova avaliação externa.
Do lado do Governo português, o vice primeiro-ministro, Paulo Portas, e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, também se estreiam como interlocutores do Governo português nas negociações. Mas o primeiro encontro entre os novos responsáveis do programa – seja do lado do executivo, seja da troika – aconteceu na primeira semana de Setembro, durante o périplo de Portas e Albuquerque pelas sedes das instituições da troika, em Bruxelas (Comissão), Frankfurt (BCE) e Washington (FMI).
O FMI já fez duas substituições: o dinamarquês Paul Thomsen foi o primeiro a acompanhar as negociações, mas, em Fevereiro do ano passado, deu o lugar ao etíope Abebe Selassie, que foi recentemente substituído por Subir Lall. Doutorado em economia pela Universidade de Brown (EUA), o responsável teve sob sua alçada a responsabilidade do World Economic Outlook, publicação de referência da instituição liderada por Christine Lagarde.
Também a Comissão Europeia se fará agora representar por outra pessoa: depois de ter indicado o alemão Juergen Kroeger, substituiu-o em Julho por John Berrigan, director para Estabilidade Financeira e Assuntos Monetários da Direcção-Geral de Assuntos Económicos e Financeiros.
Do lado dos credores internacionais, só o representante do BCE se mantém: Rasmus Ruffer está envolvido na missão em Portugal desde que o país pediu resgate financeiro, em Maio de 2011.
John Berrigan, director para Estabilidade Financeira e Assuntos Monetários da Direcção-Geral de Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, integra a Comissão desde meados da década de 1980, altura em que tinha a seu cargo a monitorização de países, questões de política cambial e a preparação técnica para o euro e a integração dos mercados financeiros.
A oitava avaliação começou por ser adiada para 15 de Julho na sequência dos atrasos na conclusão da avaliação anterior e acabou por ser empurrada para Setembro (em conjunto com a nova avaliação) por causa da crise política que levou à remodelação governamental.
Um dos temas-quentes que marca a chegada da missão da troika é a eventual revisão da meta do défice para 2014, depois de Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque defenderem que o Governo vê vantagens em que o objectivo do défice do próximo ano seja de 4,5% do PIB, em vez dos actuais 4%.
A revisão está, no entanto, longe de ser um dado adquirido. O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, considerou, na sexta-feira, não ser um “bom sinal” manter aberta a discussão sobre as metas. E mesmo antes da reunião dos ministros das Finanças do euro, em Vilnius, na Lituânia, afirmou que ser “importante cumprir o que foi acordado no programa, incluindo também as metas do défice”.
Maria Luís Albuquerque disse, na capital lituana, ser “prematuro” dizer que o Governo fará um pedido formal para a revisão do défice de 2014 e reafirmou que o Governo já defendeu durante a sétima avaliação uma flexibilização da meta do défice para os 4,5%.