Sonaecom quer que minoritários troquem acções da empresa por títulos da Zon Optimus
Operação implica um prémio de 10% sobre a cotação de fecho desta segunda-feira.
A Sonaecom, que é proprietária do PÚBLICO, esclarece que “a operação surge após a conclusão da fusão entre a Optimus e a Zon Multimédia, da qual resultou a Zon Optimus”.
Em dois comunicados, enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a Sonaecom adianta que “a operação pretende conferir a opção aos seus accionistas de alienar, em condições de igualdade, as suas acções nesta sociedade”.
A contrapartida consiste na entrega de 37.489.324 acções Zon Optimus detidas directamente pela Sonaecom, e que, não sendo necessárias à prossecução da actividade da sociedade, “permitem a exposição directa dos accionistas [da Sonaecom] à Zon Optimus, activo de referência do portefólio da Sonaecom”, e cujo controlo é repartido com Isabel dos Santos, via Zopt.
De acordo com o comunicado da empresa, a operação implica um preço global equivalente a 2,45 euros por cada acção da Sonaecom, “composto por entrega de acções Zon Optimus e de um montante remanescente em dinheiro, se aplicável”. Isso representa, diz a Sonaecom, um prémio de cerca de 10% sobre a cotação de fecho de ontem e sobre a média ponderada da cotação de fecho dos últimos 30 dias.
A operação avalia os 24,6% da Sonaecom em 216 milhões de euros. Os comunicados nada referem sobre o assunto, mas se a oferta de troca for aceite pelos accionistas minoritários, o passo seguinte mais provável será a saída da Sonaecom do mercado de capitais.
A operação era de certa forma aguardada pelo mercado. Recorde-se que em resultado da fusão entre a Optimus e a Zon Multimedia, a Sonaecom passou a deter directamente 37.489.324 açções representativas de 7,28% do capital social e dos direitos de voto da nova empresa, que estavam à margem do acordo parassocial com a empresária e parceira de negócio Isabel dos Santos.
A Sonaecom passou ainda a deter uma participação de 50% na Zopt, detentora, por sua vez, de uma participação correspondente a 50,01 do capital social e dos direitos de voto da Zon Optimus. Com esta operação, a Sonaecom liberta os 7,28% que tinha a mais face a Isabel dos Santos, igualando as posições.
Em defesa do prémio com que pretende convencer os accionistas, a empresa liderada por Ângelo Paupério destaca que fica 24% acima face à média ponderada da cotação de fecho do título nos anteriores 90 dias e 17% considerando a média dos price target da acção (2,10 euros).
A oferta de aquisição agora lançada terá de ser aprovada em Assembleia Geral de accionaistas, que ainda não foi convocada. A aprovação da oerção não levanta dúvidas, dado que o grupo Sonae controla 74% do capital e direitos de voto da empresa.
A operação de fusão da Optimus com a Zon Multimédia foi acelerada após a aquisição, por parte da Sonaecom, da participação da France Télécom, o que elevou o controlo da Sonae na empresa para 74%.