Secretária de Estado reitera que não recebeu informação sobre swaps
Maria Luís Albuquerque nega ter recebido dados sobre riscos dos derivados subscritos por empresas públicas por parte do anterior secretário de Estado.
“Na pasta de transição nada constava sobre a matéria dos swaps. Nem mesmo o despacho de 9 de Junho [no qual Costa Pina ordenava a contratação criteriosa destes instrumentos]”, referiu Maria Luís Albuquerque, durante o primeiro briefing que o executivo pretende organizar diariamente com jornalistas.
A actual secretária de Estado reagia assim às declarações de Teixeira dos Santos, ministro das Finanças do anterior Governo, que no sábado afirmou à Lusa que tinha passado informação sobre o tema a Vítor Gaspar, que agora tutela o Ministério das Finanças, numa reunião ocorrida a 18 de Junho de 2011.
Sobre este encontro Maria Luís Albuquerque disse que, nessa altura, não conhecia ainda o actual ministro, nem tinha sido convidada para o cargo. A secretária de Estado do Tesouro aproveitou para afirmar que, apesar de ter sido transmitida informação pelo anterior Governo, esta não reflectia a gravidade do problema, acrescentando que foi o actual executivo que “teve de começar tudo do zero”, porque “não havia dados sobre as características dos contratos ou sobre a existência de cláusulas de reembolso antecipado”.
Questionada sobre o facto de o actual Governo ter demorado dois anos a tratar deste caso, por via da negociação com os bancos para liquidar parte dos derivados, a secretária de Estado respondeu que o executivo se deparou com um “problema complexo”.
Já no domingo o Ministério das Finanças tinha confirmado a existência da reunião de 18 de Junho e o facto de o caso dos derivados financeiros ter sido discutido. Num comunicado enviado à Lusa, a tutela referia que "a questão foi abordada na reunião de transição entre o ex-ministro Teixeira dos Santos e o actual ministro, Vítor Gaspar (e depois no encontro que teve a presença dos secretários de Estado do anterior executivo)”.