Saldos de Inverno terminam com quedas de mais de 30 por cento em Lisboa e Porto

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Pedro Cunha/ arquivo

Os cortes salariais em Janeiro, assim como as alterações nos escalões do IRS, deixaram os portugueses com menor poder económico para aproveitar as grandes baixas de preços nos produtos, particularmente em Fevereiro, garantiu o presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, à Lusa.

Dificuldades financeiras que se traduziram para os comerciantes numa quebra das vendas destes saldos na ordem dos 10 a 20 por cento, em relação ao ano anterior, em todos os sectores de actividade que aderem a esta baixa de preços, segundo Vieira Lopes, apesar de as associações do Porto e de Lisboa falarem de quedas bastante superiores.

A presidente da Associação Comercial de Moda do Distrito de Lisboa, Maria do Céu Prim, fala numa baixa de vendas na época dos saldos de 30 a 40 por cento relativamente ao período homólogo de 2010, o que, em declarações à rádio TSF, classificou como uma “derrocada completa”.

“As grandes distribuidoras praticam baixas de preços todo o ano, obrigando as micro e as pequenas empresas a uma guerra de preços insustentável. Não há regras nesta país”, lamentou.

Maria do Céu Prim alertou para que “há milhares de lojas a fechar” e em “medidas restritivas” que se tornam “num autentico terrorismo de Estado”. “Não há ninguém que subsista a estas leis”, sublinhou.

Só no Norte do país, segundo o presidente da Associação dos Comerciantes do Porto (ACP), nesta época de saldos a queda das vendas foi superior a 30 por cento.

“Há uma quebra acentuada. Estamos a falar de reduções nas vendas entre 30 e 40 por cento em relação à época de saldos homóloga”, afirmou à Lusa o presidente da ACP, considerando “a situação muito preocupante”.

Cem lojas fechadas em dois meses no Grande Porto

Nuno Camilo adiantou ainda que, “desde Dezembro até meados de Fevereiro, fecharam cerca de 100 empresas na área de retalho no Grande Porto, segundo os dados recolhidos pela associação”, o que, acrescentou, é demonstrativo da crise no sector do comércio tradicional.

Os saldos de Outono-Inverno começaram a 28 de Dezembro, depois de um Natal em que as vendas também ficaram aquém das registadas em 2009, segundo as associações de comerciantes contactadas pela agência Lusa.

O escoamento de stocks com o objectivo de conseguir receitas para investir na nova colecção era o principal objectivo dos saldos, que, desde 2007, acontecem entre 28 de Dezembro e 28 de Fevereiro e entre 15 de Julho e 15 de Setembro.

Durante o resto do ano, as lojas apenas podem fazer promoções ou liquidações.