Saída da Grécia do euro seria “gerível”, mas muito cara, diz o alemão do BCE

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Foto: Georges Gobet/AFP

“Uma saída da Grécia seria gerível”, mas “seria acompanhada de uma perda de crescimento e de subida do desemprego, e seria muito dispendiosa. Na Grécia, em toda a Europa, e também na Alemanha”, disse Asmussen, que integra o conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE).

O conselho executivo é o órgão de topo do BCE, que põe em prática as decisões do conselho de governadores. Tem um presidente (o italiano Mario Draghi), um vice-presidente (o português Vítor Constâncio) e quatro outros membros. De momento, tem também um alemão (Asmussen), um francês (Benoît Cœuré) e um belga (Peter Praet). São todos nomeados por maioria qualificada do Conselho Europeu.

Asmussen disse ainda que Atenas tem lugar no seio da zona euro, e que a sua continuação “está nas suas mãos”. E acrescentou: “Continuo a espantar-me com a inconsciência com que alguns especulam sobre uma saída e o desprezo com que se fala dos membros da casa europeia.”

O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia, Dimitris Avramopoulos, devem encontrar-se nesta segunda-feira em Berlim, antes do encontro agendado para sexta-feira na capital alemã entre a chanceler Angela Merkel e o primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras.

Em cima da mesa deverá estar um pedido do Governo da Grécia para que o programa de reformas decidido pela troika como contrapartida dos seus empréstimos ao país se prolongue mais dois anos do que o previsto, para que a redução do défice público grego seja menos draconiana.

No fim-de-semana, Westerwelle manifestou-se contra eventuais “concessões substanciais” à Grécia, por considerar que estas poderiam ser mal interpretadas por outros países em crise, como a Espanha.

E, segundo a edição desta segunda-feira do diário alemão Bild, poderão ser feitas concessões à Grécia, mas apenas no quadro temporal já previsto no plano da troika.