Na missiva, o partido liderado por António José Seguro escreve que “estão agora finalmente reunidas as condições mínimas para o PS transmitir (…) o seu entendimento sobre os investimentos públicos propostos pelo Governo”.

Esta resposta surge depois de o secretário de Estados das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, ter anunciado na terça-feira que iria enviar estudos sobre as infra-estruturas consideradas prioritárias elencadas num relatório produzido por um grupo de trabalho nomeado pelo Governo.

O PS confirma ter recebido “parte dos documentos solicitados”, acrescentando que o envio foi feito “15 dias após a solicitação”. Ao que o PÚBLICO apurou, os documentos enviados são os que estiveram na base do relatório feito pelo grupo de trabalho, que foi divulgado em Janeiro.

Na carta, assinada por Eurico Brilhante Dias, membro do secretariado nacional do PS, os socialistas referem ainda que “o facto de parte dos estudos não existir limita a desejável apreciação aprofundada sobre esta matéria”, acrescentando que “não devemos utilizar dinheiros públicos, dinheiro dos contribuintes, sem estudos custo-benefício ou sem estudos sobre o impacto dos projectos em termos de economia”.

O partido acusa ainda o Governo de ter lançado este debate com um “grande atraso”, já que a “proposta nacional tem de ser entregue em Bruxelas até ao final do mês”.

Não há ainda uma data para a reunião do PS, que decorrerá no Ministério da Economia. Mas a disponibilidade agora demonstrada pelo partido vem colocar um ponto final na polémica em redor das infra-estruturas prioritárias. O Governo acusava os socialistas de não quererem sentar-se à mesa para debater o tema e os socialistas exigiam ter acesso a estudos sobre os projectos elencados pelo grupo de trabalho.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o deputado socialista Rui Paulo Figueiredo, apelou ao ministro da Economia, António Pires de Lima, para que "de uma vez por todas marque a reunião" com o PS. "Acho estranho que o ministro nos tenha respondido que está com problemas de agenda", referiu, acrescentando que espera que o Governo "concretize com seriedade aqueles que foram os seus apelos".

O PÚBLICO sabe que o PS pretendia que Pires de Lima agendasse o encontro já para esta quinta-feira, mas o ministro não tinha disponibilidade de agenda, pelo que foi proposto que a reunião ocorresse ainda esta semana, mas na sexta-feira. O Governo aguarda, agora, pela resposta dos socialistas.

As reuniões na Horta Seca começam quinta-feira, com Os Verdes e o Partido Comunista Português, seguindo-se, na sexta-feira, o CDS e o Bloco de Esquerda. No dia 13 de Março será recebido o PSD.

De entre as infra-estruturas consideradas prioritárias, que foram avaliadas em mais de 5000 milhões de euros, estão maioritariamente projectos do sector portuário, como o novo terminal de contentores de Lisboa, e ferroviários, de que é exemplo a linha de mercadorias entre Évora e Badajoz. Com Nuno Sá Lourenço