Procuradoria do Luxemburgo abre inquérito a três empresas do Grupo Espírito Santo

Na mira das autoridades luxemburguesas estão a Espírito Santo Control S.A., Espírito Santo International S.A. e Espírito Santo Finantial Group.

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Na mira das autoridades luxemburguesas estão a Espírito Santo Control S.A., Espírito Santo International S.A. e Espírito Santo Finantial Group S.A., todas sediadas no Luxemburgo, disse à Lusa o porta-voz da Procuradoria, Henri Eippers.

A investigação, que as autoridades luxemburguesas iniciaram ao abrigo "do princípio da oportunidade", está a ser conduzida em colaboração com o Comité de Surveillance du Secteur Financier, o regulador luxemburguês do sector, explicou o porta-voz.

Em causa poderão estar "infracções à lei de 10 de Agosto de 1915 sobre as sociedades comerciais", o código comercial do Luxemburgo, disse a mesma fonte.

Questionado sobre se a Procuradoria do Luxemburgo vai pedir a colaboração das autoridades portuguesas, o porta-voz disse apenas: "Não excluímos essa hipótese".

Segundo o prospecto do aumento de capital do BES, que arrancou a 27 de Maio, o Banco de Portugal pediu uma auditoria às contas da Espírito Santo Internacional (ESI), a holding de topo do grupo, tendo sido detectadas "irregularidades nas suas contas e concluiu que a sociedade apresenta uma situação financeira grave", irregularidades confirmadas também por uma auditoria interna.

De acordo com o Expresso, que teve acesso ao relatório da auditoria interna, a ESI não registou 1,2 mil milhões de euros de dívidas nas contas de 2012. Além disso, tem agora capitais próprios negativos de 2,5 mil milhões de euros.

Sediada no Luxemburgo, a Espírito Santo Internacional (ESI) é a holding de topo do grupo Espírito Santo. É esta holding que controla a Espírito Santo Financial Group (ESFG), que por sua vez controla a área financeira, em que se inclui o banco BES e a seguradora Tranquilidade.

Em entrevista ao Jornal de Negócios sobre os problemas detectados na ESI, o presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, disse que o responsável pela contabilidade da empresa (que designou como "comissaire aux comptes") assumiu os erros cometidos, depois de ter perdido "o pé no meio desta crise", e que pediu a demissão.