À chegada para a reunião dos ministros das Finanças da zona euro, que tem lugar nesta sexta-feira em Vilnius, Jeroen Dijsselbloem afirmou ser “importante manter” o que foi negociado “no âmbito do programa, incluindo também as metas do défice”. “Não acho que seja um bom sinal manter viva a discussão, disse, na capital lituana, referindo-se à posição do Governo português em relação ao défice de 2014.

A posição do presidente do fórum de ministros das Finanças da zona euro surge depois de o vice primeiro-ministro, Paulo Portas, e de a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, defenderem, na quarta-feira, uma revisão do objectivo do défice para 2014.

Embora os dois governantes tenham ressalvado, no Parlamento, que há margem para que a meta de 2014 se mantenha nos 4% do Produto Interno Bruto (PIB), consideraram que o limite mais adequado para Portugal seria um limite de 4,5%. Essa era já a posição do executivo  português na sétima avaliação da troika e, disse então Paulo Portas, o Governo “continua a pensar que a meta que defendeu é a mais adequada”.

Como o PÚBLICO já tinha noticiado, a zona euro não vê razões para alterar os objectivos fixados, como foi defendido internamente no Governo português e aos parceiros europeus não chegou qualquer pedido formal para ser feita uma revisão das metas.

Relançada a discussão sobre a meta do défice do próximo ano (que já foi revista na última avaliação do programa), o primeiro-ministro disse, porém, que não há ainda uma decisão tomada, mas ressalvou: “Se o Governo vir que é indispensável fixar para 2014 uma meta menos ambiciosa para o défice, não deixará de discutir esta matéria com a troika e com os seus credores oficiais”.

Já para o presidente do Eurogrupo, “o mundo exterior deve perceber que Portugal e o Governo português estão comprometidos com o que tem de ser feito e com o que foi acordado, e isso ajudará à saída do programa o mais depressa possível”.

Também à entrada para a reunião, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, disse ser “importante que o país mantenha os seus compromissos e metas”. Segundo o comissário, é preciso “assegurar que Portugal seja bem-sucedido no seu ajustamento económico”. E é por isso que a zona euro está “a apoiar Portugal nas suas reformas para restaurar a competitividade, com vista a um crescimento sustentável e criação de emprego, aquilo de que o povo português realmente necessita”.