Portugueses têm de trabalhar quase seis meses para pagarem impostos
Desde 2011 que o tempo necessário para saldar as obrigações fiscais não tem parado de aumentar.
O chamado “Dia da Libertação dos Impostos”, calculado pela organização New Direction - Fundação para a Reforma Europeia, assinala-se cada vez mais tarde, à semelhança do que sucede noutros estados-membros. Em média, o peso dos impostos sobre os rendimentos dos trabalhadores europeus aumentou de 45,06% em 2013 para 45,27% este ano.
De acordo com o estudo da New Direction, em média, o peso dos impostos sobre o rendimento dos trabalhadores na União Europeia aumentou este ano, numa tendência que se tem mantido desde 2010, quando a organização começou a elaborar o relatório.
Em comparação com 2011, os portugueses terão de trabalhar mais oito dias em 2014 para conseguirem usufruir do seu rendimento líquido. Ao longo dos últimos três anos, foram sendo necessários cada vez mais dias para saldar todas as obrigações com o fisco: em 2012, o Dia da Libertação dos Impostos assinalou-se a 3 de Junho. Em 2013, um dia depois. Neste período, em que Portugal esteve sob intervenção da troika, houve agravamentos fiscais em toda a linha, desde subidas no IRS, IVA ao IMI, numa tentativa do Governo de baixar o défice público.
Apesar de terem de trabalhar quase seis meses para obterem a remuneração real, os portugueses não estão mal posicionados entre os 28 países da União Europeia. São, aliás, os sétimos do ranking, encabeçado pelo Chipre onde os contribuintes celebram o Dia da Libertação a 21 de Março. É na Bélgica que mais se tem de trabalhar para pagar os impostos: até 6 de Agosto.
A New Direction, que recebe fundos do Parlamento Europeu, defende o mercado livre, impostos mais baixos e governos de menor dimensão.