Portugal vai precisar de “um seguro” para regressar aos mercados, diz Carlos Moedas
Secretário de Estado adjunto vaiado por seis elementos do movimento Que se Lixe a Troika
“O que temos de fazer é concluir o nosso programa [de assistência] e depois, porque cumprimos, vamos ter o apoio dos nossos parceiros. Esse apoio pode ter várias formas, mas o apoio de que estamos a falar em Portugal é um apoio de acesso pleno ao mercado na forma de um seguro. É esse tipo de apoio a que se estaria a referir o senhor ministro da Economia [na segunda-feira]”, António Pires de Lima, quando se referiu à preparação de um programa cautelar, disse Carlos Moedas, que antes tinha sido interrompido por um grupo de seis elementos do movimento Que se Lixe a Troika, com cartazes e slogans, e que pedia a demissão do Governo.
“Quando falamos em formas de apoio, falamos em formas de ter um seguro e um seguro é muito diferente de um empréstimo. Um seguro é a garantia de que, se eu tiver necessidade de ajuda, vou ter capacidade de ter um apoio para esse acesso pleno aos mercados”, acrescentou o governante à margem da I Conferência Antena 1/Económico, subordinada ao tema O Estado e a Economia – Um Orçamento Pós-Troika.
“O que estamos a fazer é o cumprimento e esse cumprimento é a chave para o acesso pleno aos mercados. Agora, a forma desse acesso discute-se depois”, disse ainda Carlos Moedas.
O que “tem sido dito por várias pessoas em Portugal, entre elas, o governador do Banco de Portugal, é que há vários mecanismos de apoio a um acesso pleno ao mercado e que um desses mecanismos de apoio é um programa cautelar", acrescentou.
“O que estamos a fazer é a olhar para países que estão à nossa frente [no cumprimento do respectivo programa de resgate financeiro], como a Irlanda, que estão a olhar para este tipo de mecanismos”, afirmou, esclarecendo que “um esquema de apoio é o caminho que a Irlanda está a tomar, um segundo resgate foi aquilo que a Grécia teve”.
O governante fez questão de sublinhar durante a sua intervenção na abertura da conferência, e depois à saída nas declarações aos jornalistas, que o Orçamento do Estado para 2014 “permite a Portugal estar na Europa, dentro de um grande projecto que é o euro”.
“Este Orçamento do Estado é de grande importância para o futuro de Portugal. Permite a Portugal cumprir o Tratado Orçamental, que exige que Portugal tenha a médio prazo um défice estrutural de 0,5%”, acrescentou.
“O ponto em que estamos hoje é de grande esperança para o país”, adiantou, sublinhando que “o que diferencia Portugal tem sido esta capacidade de cumprir e, logo, de poder contar com o apoio dos parceiros em tudo aquilo que podem dar”, concluiu.