Portugal perdeu emprego no primeiro trimestre do ano
É a primeira vez, no último ano, que este indicador, apurado pelo Eurostat, conhece um recuo.
Os dados, publicados esta sexta-feira pelo Eurostat, mostram que este recuo acontece, pela primeira vez, no espaço de um ano. Com efeito, nos três trimestres precedentes, tinham-se verificado aumentos no número de pessoas empregadas (0,7%, nos segundo e quarto trimestre de 2013, e 0,8% no terceiro).
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a situação é diferente. Em Portugal, o número de pessoas empregadas 1,8%, depois de ter crescido 0,5% no último trimestre de 2013. Nos dois trimestres precedentes, tinham sido apurados recuos no indicador (4% e 2,4%, respectivamente, para os segundo e terceiro trimestres do ano passado).
Portugal foi um dos cinco países da União Europeia que registou um recuo no número de pessoas integradas no mundo laboral. Na parte negativa do ranking, está acompanhado de Chipre (-1,2%), Lituânia e Finlândia (-0,2%) e Itália (-0,1%).
Entre os mercados de trabalho mais dinãmicos nos três primeiros meses do ano estão a Hungria (+1,5%), a Letónia (+0,8%), o Reino Unido (+0,6%), e a República Checa e Polónia (ambos com um incremento de 0,5%).
Para o conjunto da União Europeia, o Eurostat apura um crescimento do número de pessoas empregadas de 0,1% face ao trimestre precedente e de 0,2% na comparação com os primeiros três meses de 2013. Para a zona euro, os crescimentos são, respectivamente, de 0,2% e 0,7%.
Os dados publicados esta sexta-feira, ajustados de oscilações sazonais, mostram que havia 224,2 milhões de pessoas com emprego na União Europeia, dos quais 146,1 milhões no espaço da moeda única. A recuperação do mercado de trabalho tem sido mais acentuada no conjunto da união do que na zona euro. Utilizando o quadro de 2005 como base 100, o Eurostat conclui que o emprego entre os 28 estados-membros está agora perto do patamar dos 102,5, enquanto na zona euro fica-se pelos 101. Em 2011, antes de eclodir a crise financeira no espaço do euro, os indicadores estavam praticamente par a par.
Numa análise detalhada sobre a evolução do emprego por área de actividade, o Eurostat evidencia que a recuperação de postos de trabalho foi mais sensível na agricultura, floresta e pescas (1,4%) e na indústria manufactureira (0,4%). Para o conjunto da actividade industrial, o aumento é de 0,2% e nos sectores de comércio e transportes de 0,1%. A construção continua em terreno negativo, tendo recuado 0,4% face ao trimestre anterior.