Portugal foi admitido como observador da Aliança do Pacífico
Esforços diplomáticos foram compensados: Portugal foi aceite por unanimidade e torna-se observador de uma organização económica que vale 34% do PIB de toda a América do Sul.
A admissão de Portugal foi votada por unanimidade na VII cimeira da Aliança, realizada há dias em Cali, na Colômbia. Em Abril, aquando da visita de Estado do Presidente da República português à Colômbia, o chefe de Estado daquele país, que assume a presidência temporária do bloco, prometeu a Cavaco Silva que iria propor a admissão de Portugal.
O apoio colombiano foi uma espécie de reconhecimento pela contribuição de Portugal para a entrada da Colômbia na OCDE, realçou na altura o Presidente Juan Manuel Santos. Portugal foi também um dos apoiantes do acordo de comércio livre assinado no ano passado entre a União Europeia, a Colômbia e o Peru, lembrou ainda na altura Cavaco Silva.
Além de Portugal, também a França se junta à organização como observador, onde já figura, desde 2012, a Espanha com o mesmo estatuto – são os únicos países da União Europeia parceiros da Aliança.
A cimeira aprovou ainda a admissão, como países observadores, do Equador, El Salvador, Honduras, Paraguai e República Dominicana. Que se vão juntar à Espanha, Canadá, Austrália, Costa Rica, Guatemala, Japão, Panamá, Nova Zelândia e Uruguai.
Na cimeira, liderada pelo Presidente colombiano Juan Manuel Santos, a Aliança do Pacífico deu mais uns passos nos seus objectivos fundamentais de criar uma zona de comércio livre na América Latina e de ter uma estratégia comum orientada para o comércio com o mercado asiático.
Segundo um comunicado da ProExport Colômbia, a agência colombiana de promoção do turismo, investimento e exportações, ao ser agora um país-observador da Aliança do Pacífico, Portugal pode “converter-se numa porta de entrada da América do Sul na Europa, mas também em África, um dos radares da Aliança do Pacífico”.
De acordo com a presidente daquela agência, María Claudia Lacouture, “a aproximação entre Portugal e Colômbia tem-se verificado galopante: desde o final de 2012, com a visita do Presidente da Colômbia a Portugal, a missão empresarial em Abril de 2013 a Bogotá, passando pela nomeação de Portugal como um dos países observadores da Aliança do Pacífico, culminará, até ao final deste ano, com o acordo TCL [Tratado de Comércio Livre, que entra em vigor em 2013, como já aconteceu com o Peru a 1 de Abril] com a Europa.”
De acordo com a ProExport Colômbia, nesta cimeira de Cali, a aliança acordou acabar com 90% dos impostos alfandegários entre os países-membros, ficando os restantes 10% para liberalizar progressivamente nos próximos anos.
A Aliança do Pacífico é considerada a oitava maior economia à escala global e os quatro países que a integram representam um mercado de 206 milhões de habitantes, gerando um produto interno bruto (PIB) de 1,7 biliões de dólares, o equivalente a 34% de todo o PIB da América Latina. As estimativas para 2013 apontam para um crescimento médio dos quatro países de 4,7%, enquanto toda a região crescerá 3,8%.
O Chile, a Colômbia, o México e o Peru perfazem cerca de metade do comércio externo do espaço latino-americano, exportando 471 mil milhões de dólares e importando 453 mil milhões de dólares. A taxa de desemprego nos países da Aliança é de 7,6% e a sua taxa de inflação é de 3,2%, ao passo que a média da América Latina é de 6%.
Notícia substituída às 13h30