Peso de desempregados sem qualquer tipo de subsídio está a subir desde Janeiro

Há 54,3% de desempregados que não recebem subsídios, contra os 49,6% de Janeiro.

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Paulo Pimenta

A tendência de subida verifica-se desde o início do ano, com novo incremento do peso dos que não têm subsídios a cada mês que passa. De acordo com os dados agora divulgados pela Segurança Social, referentes a Junho, havia nesse mês 330.132 beneficiários de prestações ligadas à ausência de postos de trabalho.

Deste número, a esmagadora maioria, 266.421, diziam respeito a subsídios de desemprego (sendo os restantes distribuídos por subsídios sociais de desemprego inicial, de desemprego subsequente e por prolongamento do subsídio social de desemprego).

Entre Janeiro e Junho houve uma descida de 15,4% no número total de beneficiários, equivalente a 60 mil pessoas. Um ritmo que não foi acompanhado pela criação de trabalho, verificando-se assim um aumento do universo dos que não recebem qualquer tipo de apoios e estão desempregados.

Esta semana, o INE, ao divulgar os números do desemprego do segundo trimestre do ano, dava conta da existência de 320,3 mil pessoas que não conseguiam encontrar emprego há mais de dois anos. Outros 491 mil não conseguiam colocação no mercado de trabalho há mais de 12 meses. De acordo com o INE, a taxa de desemprego no segundo trimestre fixou-se nos 13,9% da população activa, menos 2,5 pontos percentuais face a idêntico período do ano passado e menos 1,2 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre deste ano.

Ao todo, de acordo com o INE, havia 728,9 mil pessoas sem emprego no segundo trimestre.

Apoios de 464 euros
Os dados de Junho divulgados pela Segurança Social dão também conta de uma manutenção do valor médio do subsídio, que está agora nos 464,6 euros, valor que pouco oscila face a Maio. A prestação média tem, no entanto, vindo a descer, sendo preciso recuar a Janeiro de 2010 para assistir a um valor médio inferior a 464 euros (nesse mês, foi de 462 euros). Em Janeiro deste ano, o valor médio era de 470,2 euros.

Por distritos, verifica-se que o valor médio mais elevado é pago em Lisboa (519,9 euros), ou seja, é onde há desempregados que tinham salários mais elevados. Seguem-se os distritos de Setúbal (490,6 euros) e de Coimbra (461,8 euros).No extremo  oposto estão os Açores (414 euros), Beja (417,1 euros) e Portalegre (417,6).

Do total de 328.229 mil beneficiários, 155.014 eram mulheres, e 173.116 eram homens. Nos dois casos a maior incidência de beneficiários está na faixa etária dos 50 anos. Havia 59.011 homens entre os 50 e os 59 anos a receber apoios, número que no caso das mulheres é de 43.604.

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