PCP quer saber qual é a estratégia do Governo para a empresa EMEF

 

“A estratégia das administrações e governos para a EMEF vai variando conforme o vento. O problema é que a única estratégia que têm é aquilo que não querem dizer, de desmantelar a indústria ferroviária”, disse, após uma visita ao polo da EMEF no Barreiro.

Bruno Dias referiu que a EMEF tem capacidade para reparar, manter e até construir material circulante, defendendo uma aposta no país em detrimento de contractos com o estrangeiro.

“Queremos saber qual é a opção do Governo em relação ao futuro, potencial e opções de fundo para a EMEF. Material circulante foi alugado a Espanha para operar no norte no país, na linha do Douro, com um contrato de cinco anos que custa mais do dobro do que a renovação do material feito cá. O contrato acaba em 2014 e queremos saber o que vai ser feito para que não se cometa os mesmos erros”, defendeu.

O deputado do PCP, eleito por Setúbal, disse que a EMEF vai ser um dos assuntos a ser discutido com o ministro da Economia no debate agendado para sexta-feira, acusando o Governo de não ter um plano ferroviário nacional.

“Não se deve defender apenas as partes lucrativas e abandonar o resto. O que dá dinheiro entrega-se ao poder económico, o que não dá é para encerrar”, defendeu.

Sobre o polo do Barreiro, Bruno Dias disse que é uma opção política não aproveitar a capacidade instalada, lembrando que de 250 trabalhadores em 2009, apenas estão 134 actualmente.

“É caricato que 300 metros de linha não sejam electrificados para que chegue às oficinas do Barreiro e o material circulante da Linha do Sado tenha que dar a volta para ser reparado em Lisboa. É preciso uma nova política para salvar a EMEF Barreiro e essa mudança decorre da luta”, salientou.

Filipe Marques, do Sindicato dos Ferroviários, afirmou que objectivo é fechar as oficinas das EMEF Barreiro e que as várias hipóteses que têm surgido são uma “fuga para a frente”, mas garantiu que os trabalhadores vão lutar pelos postos de trabalho.