PCP promete lutar no Parlamento e “no terreno” contra introdução de portagens

Sintra está contra portagens na A16.

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Testes de interoperabilidade decorrem desde Outubro Paulo Ricca

"Na região norte em particular já se vivem de uma forma dramática as consequências destas opções políticas. A introdução de mais portagens vai agravar de forma muito significativa a qualidade de vida de milhares e milhares de pessoas, vai criar dificuldades a quem já vive com dificuldades e vai ter impactos brutais no tecido económico e produtivo", afirmou o deputado do PCP Jorge Machado.

Falando à Lusa no Parlamento, Jorge Machado prometeu que os comunistas lutarão contra esta medida no Parlamento “e no terreno".

"Nesta questão fica provado que PSD e PS são farinha do mesmo saco. Na altura em que o PS introduziu portagens no Norte do país, o PSD atirou-se ao ar e procedeu a um conjunto de declarações em confronto [com esta intenção], e agora é o PSD que introduz novamente portagens", acusou.

Segundo o PCP, "para manter os lucros das parcerias público-privadas (PPP), estes privilégios inaceitáveis, o Governo ataca quem menos pode e menos tem para deixar intocados estes lucros e estes grandes grupos económicos".

Sintra considera acto de "ignorância ou má-fé"

Por seu lado, o vereador do Trânsito na Câmara de Sintra, Luís Duque, considerou que a eventual colocação de portagens no concelho viola o acordo celebrado com o anterior Governo e que "só se pode tratar de ignorância ou de má-fé".

Segundo Luís Duque (PSD/CDS-PP), "é uma provocação que resulta ou da ignorância de todo o passado, ou de má-fé de quando foi a construção da A16. O troço Ranholas-Lourel é hoje a principal via de acesso a Sintra e à zona norte do concelho e já existia antes da construção dessa auto-estrada".

Segundo Luís Duque, quando o troço que o Governo pretende agora portajar foi "afectado à A16, ficou acordado que nunca seria portajado", uma vez que representou grande investimento por parte do município através da cedência de terrenos.

O vereador do Trânsito adiantou que este troço construído em 1997 é hoje utilizado por milhares de condutores que tanto acedem através dessa via à A16 (inaugurada em 2009) como à vila de Sintra.

"Todas as alterações viárias na vila de Sintra foram feitas a contar com esse troço, com grande investimento da câmara nos acessos. A alternativa que existe [Ramalhão] não apresenta condições para escoar devidamente todo o trânsito", justificou.

A afectação do troço Ranholas-Lourel à A16 "teve com base o pressuposto de que este nunca seria portajado, porque está integrado num acordo global em que a câmara cedeu vários terrenos para a construção da auto-estrada", explicou o vereador à agência Lusa.

Em comunicado, o PCP de Sintra criticou também a instalação de portagens entre os nós de Ranholas e do Lourel, considerando que são "inaceitáveis", uma vez que "constituem uma discriminação negativa sobre os residentes no concelho de Sintra que não possuem alternativas viáveis de circulação".