OCDE diz que é “improvável” que Portugal cumpra as metas do défice

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico prevê recessão de 2,7% este ano em Portugal. Dívida pública deverá ultrapassar os 130% do PIB em 2014.

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De acordo com um relatório sobre as perspectivas económicas, e que é divulgado duas vezes por ano, o PIB deverá contrair 2,7% em 2013. As recentes previsões do Governo e da troika antecipam, por seu lado, uma queda de 2,3%. No próximo ano, a OCDE acredita numa recuperação da economia de 0,2%, abaixo do que esperam o executivo e a troika (0,6%).

O fraco crescimento económico e o chumbo do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento do Estado conduzem a uma queda na receita fiscal e tornam “improvável o cumprimento das novas metas do défice, revistas recentemente, para 2013 e 2014”, refere a OCDE.

Para este ano, a organização aponta um défice de 6,4% do PIB. Em 2014, estima o défice em 5,6%, acima das metas assumidas pelo Governo (4,5% do PIB em 2014 e 5,5% do PIB este ano).

Apesar da revisão, a OCDE defende que os objectivos definidos com a troika “devem poder desviar-se” se o “crescimento for mais fraco do que o esperado”, evitando uma espiral negativa. Portugal, continua, não deve adoptar novas medidas de consolidação orçamental caso a recessão se agrave. Mais austeridade “iria reduzir a actividade no curto prazo e levará a uma deterioração da confiança nos mercados financeiros”. 

As previsões para a taxa de desemprego superam os 18%. Este ano, a OCDE aponta para uma taxa de 18,2%. Em 2014, aumentará para 18,6%. A organização diz ainda que a dívida vai atingir 127,7% do PIB em 2013 e dentro de um ano 132,1%.

A OCDE reviu em baixa as suas previsões de crescimento para as maiores economias ocidentais: 3,1% este ano, contra 3,4% que indicava nas últimas estimativas. Na zona euro, a recessão vai manter-se, com um recuo da economia de 0,6%.

Na Grécia, o ajuste orçamental, a diminuição dos salários e o fraco desempenho das exportações estão a acentuar mais a recessão. A organização sublinha que os níveis históricos do desemprego aumentam as tensões sociais.
 

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