O Mercedes do futuro guia sozinho e é uma sala de estar

Marca revelou na Consumer Electronic Show um conceito futurista, em que o carro é um espaço de lazer.

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O conceito foi apresentado na CES REUTERS/Steve Marcus
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O veículo pode conduzir sozinho ou ser guiado por um humano David Becker/Getty Images/AFP
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As poltronas giram e o interior das portas tem ecrãs David Becker/Getty Images/AFP
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Um robô participou na apresentação AFP PHOTO / SOPHIE ESTIENNE

A marca revelou nesta terça-feira, na Consumer Electronic Show (CES), em Las Vegas, um protótipo chamado F 015 Luxury in Motion. Por ora, não passa de um conceito, sem planos para ser produzido. 

No interior do carro de aspecto futurista, quatro grandes poltronas brancas giram de forma a que os ocupantes possam estar virados uns para os outros. Vários ecrãs estão ao dispor dos passageiros e podem ser usados com toques, gestos e, para algumas funcionalidades, simplesmente com o movimento dos olhos. Os condutores podem virar a cadeira para a frente e assumir a condução. Luzes na frente e traseira mudam de cor, para indicar aos outros carros se o veículo está em modo manual ou automático.

“Tempo de qualidade num espaço privado vai ser o verdadeiro bem de luxo no futuro”, disse Dieter Zetsche, presidente executivo da Daimler, a empresa dona da Mercedes. Na apresentação na CES, em que esteve acompanhado por um robô, Zetsche lembrou ainda que “a humanidade está a sonhar há 50 anos com carros autónomos” (um dos primeiros carros que andava sem condutor foi posto na estrada nos anos 1960, pela General Motors e várias outras experiências têm sido feitas desde então).

Nos últimos anos, as fabricantes de automóveis têm sido uma presença assídua na CES, o maior evento de tecnologia de consumo do mundo. O sector automóvel está a dirigir-se para modelos com mais ecrãs, mais ligados à Internet e capazes de interagir com a panóplia de aparelhos electrónicos do quotidiano moderno, entre os quais telemóveis e tablets.

Para além disso, as marcas estão a apostar na criação de carros autónomos e várias já apontaram o virar desta década como uma data em que poderão começar a comercializar veículos. Em 2013, a Mercedes tinha apresentado um carro que se conduz sozinho. Com um aspecto mais convencional, este modelo já fez vários quilómetros de estrada, mas ainda em testes. Porém, a marca tem à venda um modelo equipado com várias funcionalidades para assistência na condução: por exemplo, é capaz de parar e arrancar em situações de filas de trânsito, mantendo uma distância de segurança e poupando o condutor à monotonia do “pára-arranca”.

Os carros autónomos, no entanto, têm vários desafios para ultrapassar. A tecnologia permite algumas viagens seguras, mas o ambiente caótico das cidades ainda é um problema. O Google, que está há anos a desenvolver um carro capaz de andar sem condutor, reconheceu que tem dificuldades com situações triviais para humanos, como semáforos sobre os quais incide a luz solar. Para este género de carros poder circular nas estradas são também precisas alterações legais (algo que já aconteceu na Califórnia). E, por fim, será necessária a confiança dos consumidores.

O conceito mostrado agora pela Mercedes, e que conseguiu muita atenção mediática, contrasta com o o aspecto utilitário do pequeno carro autónomo do Google. As afirmações do presidente da Daimler parecem querer realçar a diferença: “Quem estiver focado apenas na tecnologia, ainda não percebeu como os veículos autónomos vão mudar a nossa sociedade. O carro está a ir além do papel de um mero meio de transporte e acabará por ser um espaço habitável móvel”.

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