Governo já tem luz verde para nomear nova gestão da Metro de Lisboa, Carris e Transtejo
Comissão de recrutamento aprovou nomes propostos pelo Governo. Dois dos actuais administradores mantêm-se no cargo.
Ao que o PÚBLICO apurou, o executivo prepara-se para oficializar a nomeação da nova administração em breve. No caso da Metro de Lisboa, a decisão terá de ir a Conselho de Ministros, visto que se trata de uma entidade pública empresarial. O mesmo não acontece com a Carris e a Transtejo, por se tratar de sociedades anónimas.
A nomeação já pode ser oficializada, uma vez que a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (Cresap) não levantou reservas aos nomes propostos pelo Ministério da Economia. A comissão liderada por João Bilhim terá, no entanto, indicado limitações em dois casos, o que não impede o Governo de avançar com a escolha. Aliás, mesmo que a Cresap chumbasse os nomes, o executivo não ficaria impedido de os nomear, visto que o parecer é obrigatório, mas não vinculativo.
Tal como o PÚBLICO noticiou em Dezembro, Rui Loureiro, que presidiu à Refer até ao final de 2014, será o presidente do grupo. O gestor, que estava à frente da gestora da rede ferroviária nacional desde Setembro de 2012, foi substituído por António Ramalho, que até então liderava apenas a Estradas de Portugal, na sequência da fusão destas duas empresas e consequente criação da Infra-estruturas de Portugal .
A lista de cinco nomes enviada pelo Governo à Cresap inclui ainda dois actuais administradores da Metro de Lisboa e Carris, que foram fundidas operacionalmente em 2012. Trata-se de Pedro Bogas, que foi nomeado vogal das duas empresas naquele ano e anteriormente tinha sido adjunto do secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro – que agora o reconduziu.
Pedro Bogas manterá o lugar de vogal do novo grupo de transportes, que passará a incluir também a Transtejo, à semelhança de Maria Manuela Figueiredo, que ocupava igualmente este cargo na Metro de Lisboa e na Carris desde 2012. Esta administradora fez grande parte da carreira na Refer, nomeadamente nas áreas de recursos humanos, desenvolvimento da rede e património.
O PÚBLICO não conseguiu ainda apurar quais os restantes dois nomes que vão compor o novo conselho de administração, embora saiba que nele não terá lugar Luís Barroso, que era também vogal da anterior equipa de gestão. A empresa que une a Metro de Lisboa e a Carris desde 2012 estava há ano e meio sem presidente, depois de o gestor que liderava o grupo ter sido demitido, na sequência da polémica dos swaps.
A par de outros dois gestores públicos e de dois secretários de Estado, José Silva Rodrigues foi afastado pelo Governo, que lhe retirou a confiança, por ter sido associado à subscrição de derivados de cobertura de risco que trouxeram avultadas perdas à Carris, no período em que liderou esta transportadora pública. Já o presidente da Transtejo, João Pintassilgo, tinha terminado o mandato há quase cinco anos.
A nova administração entrará num momento importante para a vida destas empresas, visto que está em vias de ser concretizada a concessão do serviço da Metro de Lisboa e da Carris a privados, à semelhança da operação que já está a decorrer para a Metro do Porto e STCP. com Carlos Cipriano