Moody’s corta rating da Standard & Poor’s
O Governo dos EUA apresentou queixa contra a S&P, para tentar recuperar cerca de cinco mil milhões de dólares.
A decisão da Moody’s, ela própria sob ameaça de um processo similar, foi conhecida na quinta-feira, depois do encerramento da sessão bolsista em Nova Iorque.
A Moody’s baixou a nota da Standard & Poor’s de A3 para Baa2, dois níveis acima do limite do grau especulativo, e admitiu reduzi-la outra vez.
A 4 de Fevereiro, o Governo dos EUA apresentou queixa contra a S&P, para tentar recuperar cerca de cinco mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros), perdidos por investidores que teriam comprado produtos financeiros derivados de crédito imobiliário com risco elevado, baseados em informação excessivamente optimista da empresa de rating.
O Departamento de Justiça acusa a S&P de ter atribuído, com total conhecimento de causa, notas positivas para preservar a sua parte de mercado nos produtos financeiros derivados, contribuindo fortemente para a crise financeira mundial.
A iniciativa do Departamento de Justiça já foi seguida por mais de uma dezena de Estados, entre os quais o da Califórnia. Este Estado reclama indemnizações de milhares de milhões de dólares, em nome de investidores, designadamente dois dos maiores fundos de pensões estaduais, o CalPers e o CalStrs, pelas suas perdas associadas aos produtos subprime [de qualidade inferior].
A 9 de Fevereiro, soube-se que o Estado de Nova Iorque estava a estudar a apresentação de queixas contra as agências Moody’s e Fitch.
Um advogado especialista em litígios bolsistas e governamentais, Jacob Frenzel, previu que o Governo vai atacar a Moody’s e a Fitch, apesar de só o ter feito até agora contra a S&P, porque, justificou, “avança o dossier mais sólido”.
Disse ainda esperar que o conflito seja resolvido com acordos entre as partes, no montante de “várias centenas de milhões de dólares”.
Desde o princípio do mês que a cotação das acções da empresa-mãe da Standard & Poor’s, a McGraw-Hill, já baixou 23%, reduzindo o valor de mercado dos títulos em 3,75 mil milhões de dólares.