Ministra da Agricultura estranha aumento de 53,1% do desemprego no sector
“Aquilo que nós observamos no terreno é um grande dinamismo, gente a chegar à agricultura, gente nova a instalar-se todos os meses na agricultura, com projectos apoiados por fundos comunitários”, disse.
Por isso, o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) já questionou o Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre os números hoje divulgados.
O número de desempregados com origem no sector da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca aumentou 53,1% nos primeiros três meses do ano, face ao trimestre anterior, de acordo com o INE.
As estatísticas indicam que o número de desempregados à procura de novo emprego com origem neste sector passou, em três meses, de 17,7 mil para 27,1 mil.
“Nós estamos a questionar o INE sobre esses dados”, afirmou Assunção Cristas, que falava aos jornalistas à margem de uma visita à Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Arte do Chão (Portalegre), com o ministro da Educação Nuno Crato.
A governante admitiu que os três primeiros meses do ano são “o período” em que “há menos emprego” no sector agrícola, porque “acabou o trabalho do outono, das colheitas, das podas e ainda não começou o trabalho da primavera”.
“Este ano, em particular com o mau tempo, atrasou todo o trabalho de campo”, disse.Contudo, Assunção Cristas frisou que os números do INE lhe parecem “excessivos”, uma vez que “não correspondem à sensibilidade” que existe “no terreno”.
O que se pode “observar de forma muito vincada”, explicou, é “este movimento de instalação de jovens agricultores”.“Portanto, estamos a perguntar e a trabalhar” com o INE “para tentar perceber a razão de ser” deste aumento do número de desempregados, o que “também causou alguma estranheza” ao próprio Instituto Nacional de Estatística, insistiu.
Na deslocação à Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão, instalada na Coudelaria da vila alentejana, os ministros Assunção Cristas e Nuno Crato defenderam a importância da formação profissional.
Os governantes prometeram também desenvolver trabalho em conjunto no sentido de estimular e aumentar o número de cursos naquela área profissional.