Milhares saíram às ruas em Espanha contra austeridade

Sindicatos mobilizaram protestos em mais de 30 cidades. Pedem aos líderes europeus para inflectirem as políticas recessivas.

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A manifestação atravessou as ruas de Madrid e terminou na Praça do Sol DANI POZO/AFP
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A União Sindical Operária diz que os cidadãos estão no limite dos sacrifícios DANI POZO/AFP
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As críticas às políticas europeias marcaram o tom dos protestos Javier Barbancho/Reuters
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CCOO, UGT e USO: as três sindicais juntas na organização do protesto (na imagem, Madrid) DANI POZO/AFP
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“Pelo emprego e a protecção social. Por uma Europa mais social e democrática”, o lema das manifestações Albert Gea/Reuters

Num país em recessão e com mais de seis milhões de desempregados, saíram às ruas para se manifestarem contra o Governo de Mariano Rajoy. Mas também para deixar uma palavra aos outros líderes europeus, reclamando uma estratégia europeia de crescimento e de criação emprego.

Em Madrid, onde abriram a manifestação, os secretários-gerais da Confederação Sindical das Comissões dos Trabalhadores (CCOO), da União Geral de Trabalhadores (UGT) e da União Sindical Operária (USO) alinharam o discurso: a política de austeridade fracassou e é preciso favorecer a recuperação da actividade económica.

Na capital, a manifestação partiu dos arredores do Ministério da Saúde por volta das 12h locais (mais uma do que em Portugal Continental) e terminou na Porta do Sol, a praça embrião dos protestos dos “indignados” espanhóis. A imprensa nacional referiu milhares de pessoas em protesto, mas não são conhecidos números concretos da adesão às manifestações.

Enquanto desfilavam no centro da capital, ouviam-se cânticos contra o Governo conservador de Mariano Rajoy. “Demissão!”, gritou-se por entre a multidão. E  palavras de ordem visando directamente a chanceler alemã, Angela Merkel, que os manifestantes consideram ser um dos rostos da austeridade na Europa.

Para Julio Salazar, secretário-geral da USO, os países da União Europeia (UE) têm de parar “de uma vez por todas” com a aplicação de medidas recessivas, porque os cidadãos, alerta, estão a viver no limite dos sacrifícios, cita o jornal económico Expansión.

As reivindicações repetem-se pela Europa fora; em Espanha não foi diferente. Em cada faixa ou cartaz, uma denúncia, um apelo. “Reconquistemos os nossos direitos”, “Menos austeridade e mais democracia”, “Alemanha arruína”, “Uma Europa social e democrática” – eis algumas frases captadas pelas objectivas dos fotojornalistas em Madrid e Barcelona.

O secretário-geral da CCOO, Ignacio Fernández Toxo, falou em “fracasso” da via da austeridade a nível europeu e defendeu uma mudança urgente de política. E para ela devem trabalhar os chefes de Estado e de Governo na próxima cimeira de líderes, a 27 e 28 de Junho, em Bruxelas, defendeu. E só com um crescimento do Produto Interno Bruto entre 1% e 2% das economias europeias será possível uma recuperação dos países em dificuldades, acrescentou.

Em recessão, a economia da moeda única caiu no primeiro trimestre 1,1% em relação ao mesmo período do ano passado, mais do que o conjunto dos 27 países da UE, onde a economia encolheu 0,7% (em Espanha, a contracção do PIB chegou aos 2%).
 
 
 
 
 
 

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