O negócio, ainda longe de qualquer confirmação, está avaliado em 50 mil milhões de dólares - quase 37 mil milhões de euros, ou seja, três vezes mais do que o valor da OPA da Sonae sobre a PT.

A aquisição pode revolucionar o panorama da Internet, criando um sério desafio à Google, cuja posição crescente no mercado online é fonte de preocupação tanto para a Microsoft, como para a Yahoo!.

A gigante de Redmond tem tentado penetrar em várias áreas de negócio da Web. Contudo, tanto o motor de pesquisa Live Search, como as aplicações da Microsoft baseadas na Web (apresentadas também sob a marca Live) têm tido pouco sucesso.

A recente compra da empresa de publicidade DoubleClick por parte da Google (numa oferta que deixou para trás a Microsoft) levou mesmo a empresa de Gates a assumir uma posição inusitada. Executivos de Redmond insurgiram-se contra alegadas prática monopolistas do gigante online (algo de que a própria Microsoft é muito frequentemente acusada) e pediram a intervenção das entidades reguladoras.

Num outro negócio em que a Microsoft também foi ultrapassada, a Google assinou um contracto com a AOL para ser o fornecedor do serviço de pesquisa do histórico portal online americano.

Além disso, a empresa de Sergey Page e Larry Brin tem tido uma postura agressiva, expandindo a sua área de actuação para além da Web e tendo lançado produtos que podem ser concorrentes do Microsoft Office, o conjunto de aplicações líder de mercado e uma das mais importantes fontes de rendimento da Microsoft.

As Google Apps e as Google Docs & Spreasheets juntam uma série de aplicações para tarefas que vão do e-mail e agenda ao processamento de texto e criação de folhas de cálculo. Foi ainda anunciado recentemente pelo CEO Eric Schmidt o lançamento de uma aplicação para apresentações, na linha do Powerpoint.

Estas aplicações (que podem ser usadas gratuitamente, embora haja um serviço premium para empresas) estão disponíveis para acesso através do browser, sem necessidade de instalação.

O interesse da Microsoft em comprar a Yahoo! pode significar uma desistência da empresa em conquistar presença na Web sobretudo através do desenvolvimento de produtos próprios, optando antes pela compra de um dos mais importantes nomes do sector.

A notícia fez as acções da Yahoo! dispararem 17,96 por cento esta sexta-feira. A cotação da Microsoft caiu ligeiramente.