Santander Totta fecha semestre com lucros a caírem mais de 50%
Vieira Monteiro confirma que o banco recorreu aos tribunais e que espera que o IGCP corrija erros de um estudo sobre os contratos de swaps.
“O Santander deu um prazo ao IGCP para corrigir os erros que estão no estudo que foi divulgado pelos jornais”, anunciou Vieira Monteiro, confirmando que o banco recorreu aos tribunais para pedir acesso ao documento que as Finanças e outras entidades apresentaram (o celebrado entre o Metro do Porto e o banco espanhol tem associado um valor de mercado de 450 milhões de euros negativos). O CEO não confirmou se o prazo dado ao Estado para reagir termina hoje.
“Aparece, a certa altura, que o Totta teria tido um ganho no Metro do Porto de 100 milhões de euros no day pv [primeiro em dia em que o contrato entra em vigor] e, na verdade, não ganhámos nem 10%” desse valor, garantiu. “Enviámos uma carta ao IGCP a pedir a correcção” e, em função da resposta e do timing em que for dada, então, “veremos qual a posição a tomar”.
Sem adiantar detalhes assegurou que as operações com swaps, associadas ao Santander, “são perfeitamente legais, não são tóxicas. São de taxa de juro e não são baseadas em índices de propriedade ou qualquer outro índice”.
A Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, já veio garantir que os “swaps não custaram nada aos contribuintes”. O governo cancelou, entretanto, grande parte dos contratos e anulou perdas de 1,5 mil milhões de euros. Por negociar continuam ainda 1,5 mil milhões de euros, um “bolo” onde incluem os produtos derivados comercializados pelo Santander.
As declarações de Vieira Monteiro sobre este tema foram realizadas no final da apresentação das contas semestrais, em que divulgou lucros a caírem 50,6% para 30,9 milhões de euros e um rácio Core Tier One de 13,3% (acima dos 10% recomendados pelo Banco de Portugal).
Em termos de imparidades e provisões foi constituída uma almofada de 155 milhões de euros, menos 100 milhões do que o contabilizado, no mesmo período, nas contas de 2012.
A tendência de redução dos lucros foi acentuada pela diminuição em 22,7% do produto bancário e da actividade seguradora, 435 milhões de euros. A margem financeira deslizou 11,8% e as comissões 6,6%, enquanto a actividade seguradora tombou 67,7%. O crédito concedido baixou 4,7% para 27,8 mil milhões de euros e os recursos de clientes aumentaram 1,5% para 25,9 mil milhões de euros.
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