Ligação de comboio a Badajoz vai ser em bitola ibérica
Para salvar alguns dos fundos comunitários para o TGV, o Governo avança com a ligação ferroviária à fronteira espanhola em bitola ibérica e não em bitola europeia como o ministro Álvaro Pereira sempre defendeu. Completa-se assim, a tão propalada linha de mercadorias Sines-Badajoz.
Esta decisão é o resultado de uma carta enviada pelo coordenador de Transportes da Comissão Europeia, Carlo Secchi, ao ministro da Economia português e à sua homóloga espanhola, Ana Pastor, na qual defendia a construção, quanto antes, do corredor ferroviário Sines-Madrid, no qual se insere também a ligação para passageiros entre Lisboa e a capital espanhola.
O Ggoverno aproveita parte do projecto do anterior Ggoverno para o TGV e lança um concurso para construir em via única o troço de 92 quilómetros entre Évora e Caia. O projecto inicial previa que, neste mesmo corredor, fosse instalada a linha dupla para 300 km/hora.
Neste cenário poderá haver um TGV a 300 à hora entre Madrid e Badajoz que depois entrará em Portugal a velocidades próximas dos 200 km
hora até Lisboa. É a isto que Álvaro Pereira designa por “alta prestação”, em vez de “alta velocidade”. A viagem demorará cinco horas, continuando o avião a ser mais atractivoo.
O semanário Sol, na edição de ontem, dizia que o Ggoverno português consegue segurar 492 milhões de euros inicialmente previstos para a grande velocidade, dos quais 300 milhões emprestados pelo BEI nas mesmas condições que ao projecto anterior (taxa de juro abaixo dos 6%) e 192 milhões provenientes de fundos para as linhas transeuropeias que estavam também alocados ao TGV.
A linha Évora-Caia poderá ser lançada já em 2013 e tem um custo estimado de 780 milhões de euros. No entanto, carece de um novo projecto, uma vez que o existente é propriedade do consórcio Elos no âmbito da PPP recentemente abortada. Este consórcio, liderado pela Soares da Costa, fica assim numa posição privilegiada para ganhar este concurso, podendo mesmo acontecer que venha a ser indemnizado pelo abandono do projecto inicial e vir depois a vencer o concurso público para executar o seu downgrade.