Lagarde diz a Seguro que equilíbrio entre ajustamento e crescimento é difícil
Directora do FMI respondeu à carta do líder do PS, defendendo uma difícil harmonia entre ajustamento e crescimento. Até agora, nenhum outro líder da troika respondeu a Seguro.
“A política económica em Portugal precisa manter um difícil equilíbrio – fazendo progressos no necessário ajustamento fiscal, mas também evitando tensões indevidas na produção e no emprego”, afirmou a directora do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao líder socialista, de acordo com a Lusa, que teve acesso a um trecho da carta.
A delegação do FMI em Portugal tem como objectivo, aliás, assegurar esse equilíbrio entre ajustamento, crescimento e emprego, garantiu Christine Lagarde na mesma carta.
A Lusa cita ainda um responsável do Partido Socialista, que adianta que a líder do FMI diz também na carta que “a sustentabilidade das finanças públicas é essencial para evitar uma crise económica mais profunda que poderia criar ainda mais tensões na sociedade portuguesa”.
Sem fazer referência ao corte de 4000 milhões de euros na despesa do Estado, Christine Lagarde assegura que os responsáveis da troika querem evitar aprofundar estas tensões dentro da sociedade portuguesa.
No passado dia 17 de Fevereiro, António José Seguro enviou uma carta aos líderes das três instituições que compõem a troika: Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia.
O líder do Partido Socialista pediu a presença de “responsáveis políticos com capacidade de decisão” em Portugal para acompanharem a sétima avaliação da troika ao programa de ajustamento português, que teve início nesta segunda-feira.
"A próxima avaliação é crucial para a vida dos portugueses. Exige-se que seja uma avaliação política tendo em conta a grave situação económica e social”, escreveu António José Seguro na carta endereçada à troika.
Na segunda-feira, Seguro avançou que havia recebido uma resposta do FMI à missiva enviada no dia 17 de Fevereiro. O responsável não adiantou então qual o teor da resposta da instituição nem se esperava respostas da parte do BCE e Comissão Europeia.