Investidor acusa cinco bancos de manipulação do preço do ouro

Caso em tribunal acontece depois de um estudo ter concluído que existe uma tendência na fixação do preço do ouro que aponta para uma eventual manipulação.

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Preço do ouro está agora sob suspeita

No caso do ouro, o preço é definido duas vezes ao dia por um grupo de cinco bancos: o francês Société Générale, os britânicos HSBC e Barclays, o alemão Deutsche Bank e o canadiano Bank of Nova Scotia. Estas instituições têm a tarefa de, com base num preço de partida, verificar junto dos investidores qual é a oferta e a procura disponível nesse momento, fixando depois o preço do ouro para esse período. Esse valor serve depois de referência para as diversas transacções que possam vir a ser efectuadas pelos investidores.

É um desses investidores, o norte-americano Kevin Maher, que diz ter sido prejudicado pela acção dos bancos quando transaccionou ouro e futuros de ouro. De acordo com a acusação apresentada na quarta-feira num tribunal em Nova Iorque, EUA, Maher defende que os cinco bancos manipularam o processo de fixação de preço.

Para já, dois dos bancos acusados – o Deutsche Bank e o Société Générale – negaram as acusações e garantiram que se irão defender em tribunal.

A forma como é fixado o preço do ouro e de outros activos nos mercados internacionais tem sido alvo de mais atenção por parte de analistas e entidades reguladoras desde que se ficou a saber que, na definição das taxas de juro Libor e Euribor (que servem de referência para um enorme volume de operações financeiras), havia a suspeita de manipulação por parte dos bancos encarregados dessa tarefa. Algumas dessas instituições bancárias envolvidas no escândalo Libor já foram multadas, com funcionários a serem acusados.

No caso do ouro, tinha sido publicado poucos dias antes da apresentação desta primeira queixa em tribunal um estudo que concluía existirem fortes probabilidades de a cotação do ouro ter sido manipulada durante a última década.

A investigação foi realizada por Rosa Abrantes-Metz, uma professora de origem portuguesa que trabalha na Universidade Stern, em Nova Iorque, e por um analista da agência de notação financeira Moody's, Albert Metz, e verifica que existe uma tendência na fixação dos preços que pode ser resultante de manipulação. Em declarações à agência Bloomberg, Rosa Abrantes-Metz disse que o seu estudo "foi uma primeira tentativa de evidenciar uma potencial manipulação e os resultados são preocupantes”. “Cabe aos reguladores perceber por que é que há uma tendência na fixação dos preços", afirmou.

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