Incerteza sobre renegociação da dívida grega deixa investidores nervosos

Corte de rating da dívida russa cria pressão nos mercados.

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Sentimento negativo dos investidores volta a atirar bolsas para fortes quedas. Foto: Rafael Marchante/Reuters

Para além da incerteza gerada pela viragem política na Grécia, os mercados receberam outra má notícia: a do corte de rating da dívida soberana russa, por parte da agência S&P, para um nível de não investimento, vulgarmente designado de "lixo".

A queda das bolsas europeias foi particularmente influenciada pela pressão vendedora de títulos do sector financeiro, pela sua exposição à dívida grega.

A praça grega foi a que mais caiu, com um dos seus principais índices, o FTSE/ASE 20, a recuar 5,04%, depois de na sessão de segunda-feira ter perdido mais de 3%. Os maiores bancos gregos, muito dependente dos empréstimos do Banco Central Europeu, acumularam perdas elevadas, com destaque para o Eurobank Ergasia a desvalorizar 12,90% , o Piraeus Bank a cair 12% e o National Bank, que recuou 11,2%.

Entre as praças europeias, a maior queda foi mesma a da alemã, onde o Dax recuou 1,57%, com o Deutsche Bank a deslizar 3,39%.

A bolsa de Lisboa perdeu 1,55%, com todas as 20 empresas em terreno negativo. Os dois maiores bancos do índice nacional, o BPI e o BCP, acumularam quedas de 3,23% e 2,27% respectivamente.

Embora com quedas menores, o CAC de Paris caiu 1,02%, o Ibex 35 recuou 0,91%, o FTSE de Londres deslizou 0,60% e o principal índice italiano desceu 0,53%.

No Eurostoxx50, que agrupa as 50 maiores capitalizações bolsistas europeias, foi visível a queda dos bancos espanhóis Santander (-1,66%) e BBVA (-1,30%) e ainda do francês BNP Paribas.

No mercado secundário de dívida, em que podem ser revendidos títulos de dívida soberanas, também foi visível algum nervosismo, em especial face às obrigações gregas que, no prazo de dez anos, e segundo informação da Reuters, subiram 45 pontos base, para 9,68%.

Também a dívida portuguesa inverteu a trajectória de descida e subiu cinco pontos base para 2,20%, ainda assim em mínimos históricos.

O euro, que está em mínimos de 11 anos, valorizou mais de 1% ao longo do dia. Ao final da tarde, a valorização ficava-se por 0,84%, para 1,1344 dólares. No mercado cambial, a pressão de desvalorização foi maior do lado do dólar, na sequência da queda inesperada das encomendas de bens duradouros, em Dezembro, na economia norte-americana.

O dia ficou ainda marcado por uma subida ligeira do preço do petróleo nos mercados internacionais, com um avanço de 2,3% no barril de Brent (referência para a Europa), para 49,27 dólares, e de 2,39% no crude, para 43,26 dólares.

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