Governo forma grupo de trabalho para acompanhar caso da Volkswagen

Estrutura inclui três secretarias de Estado e técnicos do Instituto da Mobilidade e dos Transportes e da Agência do Ambiente.

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O grupo está a preparar a reparação dos veículos FABIAN BIMMER/REUTERS

O grupo será composto pelas secretarias de Estado da Inovação, dos Transportes e do Ambiente. Inclui ainda técnicos do Instituto da Mobilidade e dos Transportes  (IMT) e da Agência do Ambiente. 

O objectivo é "assegurar a monitorização das acções" relacionadas com o escândalo do fabricante alemão, afirmou o Ministro da Economia, António Pires de Lima, citado pela agência Lusa. O governante falava aos jornalistas após a última reunião do Conselho da Indústria desta legislatura. O ministro sublinhou ainda que os consumidores que tenham comprado um veículo das marcas do grupo alemão não terão gastos na sequência da fraude detectada. "Não é sobre estes detentores de veículos que vai recair o custo", afirmou, segundo a Lusa.

O grupo alemão está a preparar uma reparação dos carros que tenham o sistema fraudulento instalado e também já confirmou que não haverá custos para os clientes. No plano de acção definido pela Volkswagen está o lançamento de sites nacionais, para informar os clientes de cada país sobre o processo.

O grupo e as suas subisidárias e representantes têm vindo nos últimos dias a divulgar dados específicos sobre cada mercado. Os números mais recentes indicam haver 1,19 milhões de veículos afectados no Reino Unido, a que se juntam 948 mil carros em França. Somando os 2,8 milhões de automóveis na Alemanha, estes países, que são os três maiores mercados de automóveis da União Europeia, têm 45% dos 11 milhões de veículos com os motores em causa. Em Espanha, foram afectados 683.626 carros do grupo.

Em Portugal, a Siva, importadora da Audi, Skoda e Volkswagen, anunciou terça-feira que há 94.400 carros destas marcas com o sistema fraudulento. Não são ainda conhecidos os números da Seat, que entretanto suspendeu a venda de 50 veículos que estavam nos stands.

Os efeitos do escândalo começam entretanto a espalhar-se pela enorme estrutura do grupo. Pelo menos uma das 119 unidades de produção na Europa está a abrandar, enquanto os serviços financeiros na Alemanha congelaram as contratações.

A fábrica de Salzgitter, não muito longe da sede de grupo, em Wolfsburg, decidiu suprir um turno extraordinário semanal, como medida de prevenção, de acordo declarações de uma porta-voz ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. A fábrica emprega cerca de 7000 pessoas e produz 7100 motores por dia.

Não muito longe da fábrica de Salzgitter, o serviço financeiro do grupo decidiu não fazer novas contratações. Os contratos temporários e os dos trabalhadores estudantes que expirem este ano não serão renovados. 

Contactada pelo PÚBLICO, a Autoeuropa, a fábrica da Volkswagen em Palmela, remeteu todas as informações para os comunicados oficiais do grupo. Já o coordenador da comissão de trabalhadores, António Chora, afirmou não conhecer qualquer plano para abrandamentos na produção. “Neste momento, continua tudo como previsto, 460 carros por dia”. A fábrica portuguesa produz os modelos Volkswagen Sharan, Scirocco e Eos, e o Seat Alhambra.

 

 

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