Governo admite dificuldades para lusodescendentes que queiram regressar
“Essencialmente, se as pessoas forem boas, têm emprego em Portugal e em qualquer parte do mundo”, diz o secretário de Estado do Emprego.
“Esta é uma fase difícil, e se é uma fase em que boa parte dos jovens portugueses, infelizmente, tem que recorrer à emigração, provavelmente poderá não ser a melhor ocasião para um jovem que queira ir para Portugal”, respondeu Pedro Roque a uma jovem lusodescendente que questionou o governante sobre o que Portugal tem para oferecer aos jovens emigrantes que gostariam de trabalhar em Portugal.
“Essencialmente, se as pessoas forem boas, têm emprego em Portugal e em qualquer parte do mundo. Sempre foi assim e continuará a ser assim, mas é óbvio que não podemos escamotear que, de facto, há um problema. Toda a gente sabe que Portugal atravessa um período difícil em termos financeiros, económicos e sociais, que se traduz numa taxa de desemprego histórica e numa taxa de desemprego jovem elevada”, salientou o secretário de Estado, que, ainda assim, disse acreditar que “as oportunidades existem”.
“Que não está tão fácil, isso, de facto, não está. Mas estamos apostados todos, Governo, em conjunto com os portugueses, em melhorar as condições, melhorar a economia para que Portugal possa vir a ser um país mais justo, um país mais desenvolvido e, acima de tudo, com mais emprego”, acrescentou.
Por seu lado, o presidente da Associação CapMagellan, Hermano Sanches Ruivo, chamou a atenção para a importância de “estabelecer uma ligação com Portugal sempre eficaz”. “Esta ligação é muito importante, sobretudo nesta altura que Portugal vive e que a França vive”, defendeu, acrescentando que este protocolo permite que “todos os que contactarem o departamento de estágios e emprego [da associação] terão resposta”, mas trata-se “apenas uma etapa no reforço da ligação entre França e Portugal, entre Portugal e as comunidades”.
O Departamento de Estágios e Emprego da CapMagellan foi criado em 1993, com o objectivo de promover acções que favorecessem a integração profissional dos jovens lusófonos, estabelecendo uma ponte entre esses jovens e as empresas e entre empresas portuguesas e francesas.