Gestão da ES Saúde diz aos accionistas que oferta da Fidelidade "é aceitável"
Fidelidade já tem 460,5 milhões de euros depositados na CGD e no Banco Finantia para pagar compra da ES Saúde.
Segundo o relatório enviado à Comissão do Mercado de valores Mobiliários (CMVM), em que aprecia "a oportunidade e as condições" da oferta, a equipa liderada por Isabel Vaz nota que o preço representa um prémio de 7% face aos 4,50 euros propostos pelo grupo mexicano Ángeles (os primeiros a apresentar uma oferta pelo capital da ES Saúde) e enumera "algumas vantagens" que a proposta da Fidelidade poderá representar, tendo em conta "os aspectos identificados no prospecto".
Entre elas, o facto de a estratégia de crescimento passar "pelo reforço" nas áreas dos seguros de saúde e de acidentes pessoais, sendo que a aquisição da ES Saúde permitir-lhe-ia desenvolver-se em "áreas chave como a medicina tradicional, ou investir em outras, "como a medicina preventiva ou ocupacional".
A OPA da Fidelidade é ainda "susceptível de criar oportunidades para a obtenção de sinergias" acrescenta a ES Saúde. As empresas "estariam em condições de disponibilizar uma oferta comercial significativamente inovadora na área da saúde, facilitando o acesso aos cuidados de saúde para um universo mais alargado da população, ainda sem recurso a cuidados de saúde no sector privado", refere o documento, citando o prospecto da Fidelidade.
Neste, a seguradora presidida por Jorge Magalhães Correia invoca o "conhecimento na área da gestão de PPP [parcerias publico-privadas]", adquirida pela sua ligação à gestão do HPP – Hospital de Cascais", e garante que a experiência acumulada será usada "para apoiar, sempre que necessário", a ES Saúde na gestão do Hospital Beatriz Ângelo (Loures).
Dotar a ES Saúde de "um nível correcto de fundo de maneio", garantir "a minimização dos seus custos de financiamento" e proporcionar-lhe "reforçadas condições para materializar e acelerar a sua política de diversificação e internacionalização" são outros dos objectivos da Fidelidade, que tem nos seus planos a abertura de unidade hospitalar em Angola.
Referindo "que se afigura existir um alinhamento estratégico" entre as empresas, a gestão da ES Saúde destaca ainda que, no que se refere aos colaboradores, a Fidelidade diz não prever a necessidade de "alterar significativamente as condições de trabalho", nem realocar trabalhadores "no curto prazo".
Além disso, a administração da ES Saúde também entende que, apesar de estar em causa uma "integração vertical entre empresas" que vai alterar a situação do mercado segurador, a operação de concentração não será causadora de "desequilíbrios no relacionamento da ES Saúde com as seguradoras e demais entidades pagadoras".
O eventual sucesso da oferta “não implicará um movimento de concentração horizontal de empresas, não alterando o actual cenário de liberdade de escolha dos trabalhadores e clientes/pacientes e não afectando substancialmente o equilíbrio actual do mercado ao nível das seguradoras / sistemas de saúde / pagadores e dos fornecedores e Estado”, refere o documento da ES Saúde.