Gaspar diz que OCDE não considerou últimas medidas do Governo

Ministro das Finanças defendeu que o mais importante nas projecções é a estimativa de uma retoma económica em 2014.

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Vítor Gaspar recusa, para já, rever prevsiões Daniel Rocha

Presente esta manhã no Parlamento, Vítor Gaspar afirmou que o mais importante das projecções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico é a estimativa de "uma retoma económica em 2014, o que é um padrão qualitativamente idêntico às previsões feitas pelo Governo e pelas instituições que pertencem à troika".

O ministro da Finanças salientou depois que existe no relatório da OCDE "um enfraquecimento das perspectivas para a Europa e é nesse contexto que a revisão das perspectivas para Portugal deve ser interpretada. Vítor Gaspar fez questão ainda de destacar que a OCDE teve de fazer as suas previsões sem considerar ainda as medidas entretanto anunciadas pelo Governo ao nível do financiamento e de criação de um estímulo fiscal. O ministro considera que este facto explica a "diferença de décimas" registada entre as previsões do Governo e da OCDE.

Perante isto, Vítor Gaspar recusa efectuar para já qualquer revisão de previsões. "O cenário macroeconómico do orçamento rectificativo será idêntico ao do Documento de Estratégia Orçamental", onde se prevê uma recessão de 2,3% este ano e uma retoma de 0,6% no próximo. O ministro salientou ainda que as previsões do Governo são também as da troika e assinalou que a Comissão Europeia tem acertado mais nas previsões para Portugal do que a OCDE.

Os deputados dos partidos da oposição apresentaram as previsões da OCDE como uma prova do falhanço da estratégia do Governo e da troika, classificando as projecções do Governo como "irrealistas".

De acordo com o relatório sobre as perspectivas económicas, divulgado nesta quarta-feira, o PIB deverá contrair 2,7% este ano. As recentes previsões do Governo e da troika antecipam, por seu lado, uma queda de 2,3%. No próximo ano, a OCDE acredita numa recuperação da economia de 0,2%, abaixo do que espera o Executivo e a troika (0,6%).

O fraco crescimento económico e o chumbo do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento do Estado conduzem a uma queda na receita fiscal e tornam “improvável o cumprimento das novas metas do défice, revistas recentemente, para 2013 e 2014”, refere a OCDE.

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