Garantia mútua viabilizou mais de 2300 milhões de crédito à economia em 2013

No ano passado foram prestadas novas garantias no montante de 1155 milhões de euros.

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As empresas com um peso mais significativo de trabalhadores com salário mínimo são as que podem sofrer mais com a medida Adelaide Carneiro

Segundo a SPGM, no ano passado foram prestadas novas garantias no montante de 1155 milhões de euros, 21% acima dos objectivos fixados às quatro sociedades de garantia mútua (SGM) existentes: Norgarante, Lisgarante, Garval e Agrogarante.

Quanto aos sinistros registados, ficaram 30% aquém do previsto, totalizando 135 milhões de euros, quando as estimativas apontavam para 193 milhões de euros de perdas com as garantias executadas pelos beneficiários.

Para o presidente da SPGM e das quatro SGM existentes em Portugal, José Fernando Figueiredo, "o ano correu bem e foi possível à garantia mútua ajudar muitos milhares de empresas a desenvolver a sua actividade e a lançar novos projectos, nomeadamente nos sectores de bens transaccionáveis e com forte cariz exportador".

Nesses, considera, é já "visível alguma recuperação do tecido empresarial".

Introduzida em Portugal há 20 anos por iniciativa do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) e dos principais bancos a operar no país, a garantia mútua facilita o acesso ao crédito por parte das pequenas e médias empresas que, ao contratarem uma garantia, se tornam beneficiárias do sistema e accionistas da SGM emitente.

Actualmente, segundo a SPGM, servem-se do sistema perto de 70 mil pequenas e médias empresas nacionais, tendo o sistema encerrado 2013 com uma carteira viva superior a 3000 milhões de euros, ligeiramente acima de 2012.

No total, ao longo dos 20 anos do sistema em Portugal, as garantias emitidas (incluindo renovações e plafonds) superam já os 8500 milhões de euros, o que, refere a SPGM, se traduziu na "sustentabilidade de mais de 1,1 milhões de postos de trabalho".

Desde a fundação, a taxa de sinistralidade acumulada do sistema atinge os 6,3% sobre a carteira de garantias emitidas, que é o indicador usado internacionalmente para medir o 'malparado' no sector.

Um valor que, segundo José Fernando Figueiredo, "compara muito favoravelmente com muitos dos parceiros internacionais e, mesmo, com o crédito vencido evidenciado pela banca nacional no segmento das PME, ainda que, naturalmente, venha a aumentar nos últimos anos, muito por força da crise vivida pela economia".