Frank Lorenzo e Pais do Amaral estiveram juntos em reunião com a TAP

Governo saúda manifestações de interesse na companhia, mas reitera que só relançará privatização quando sucesso for garantido.

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A proposta de Pais do Amaral é feita em consórcio com Frank Lorenzo e o grupo Barraqueiro Nuno Ferreira Santos

O PÚBLICO apurou que o milionário norte-americano, antigo accionista e presidente da Continental Airlines, esteve reunido por duas vezes com a TAP. Na segunda reunião, em Outubro de 2012, Pais do Amaral também esteve presente. O empresário português e Frank Lorenzo, que é uma das figuras marcantes da indústria da aviação nos Estados Unidos e que fundou em 1990 a capital de risco Savoy, conhecem-se há já algum tempo.

O encontro que mantiveram com a administração da transportadora aérea prova que o interesse foi demonstrado em conjunto. No entanto, não é ainda certo que a associação entre os dois se mantenha. Fonte próxima de Pais do Amaral referiu que Lorenzo não faz, neste momento, parte do consórcio que está a ser montado pelo empresário para avaliar esta privatização. Salientou, porém, que essa hipótese não está colocada de parte. O PÚBLICO sabe que o norte-americano terá referido a intenção de se associar a um investidor nacional.

A abordagem feita no final do ano passado resultou numa troca de informações, nomeadamente sobre a estrutura e indicadores financeiros da companhia de aviação. No entanto, tratou-se de contactos preliminares, que poderão não resultar numa proposta de compra da TAP. Contactada pelo PÚBLICO, a Savoy afirmou que “avalia regularmente oportunidades em nome de investidores e em diferentes sectores, incluindo o da aviação”, sem desmentir o interesse na transportadora nacional.

O secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações confirmou na quarta-feira a existência de conversas “de natureza exploratória”. Apesar de se ter recusado a comentar nomes de potenciais investidores, Sérgio Monteiro não desmentiu a notícia avançada pelo PÚBLICO, dando conta do interesse de Frank Lorenzo, nem a do Diário Económico, sobre a investida de Pais do Amaral.

Numa declaração no Parlamento, agendada na sequência destas notícias, o secretário de Estado referiu que “o Governo saúda o interesse que aparentemente existe”, mas reiterou que a venda só será relançada “quando houver um ambiente competitivo”. O executivo quer garantias de que haverá “potenciais compradores com uma elevada probabilidade de fazerem ofertas” pela TAP, de modo a evitar o desfecho da primeira ronda da privatização, que fracassou no final de 2012 com a rejeição da proposta do único candidato, Gérman Efromovich.

Persistem ainda muitas dúvidas sobre o modelo que será escolhido para relançar o processo, apesar de a hipótese de uma dispersão do capital em bolsa, como aconteceu com os CTT, pareça afastada. A maior incerteza chama-se M&E Brasil, a deficitária unidade de manutenção que a TAP comprou em 2005. Ao que o PÚBLICO apurou, o executivo pretende incluir esta participada na privatização do grupo, visto que as tentativas para a vender isoladamente se mostraram, até agora, infrutíferas. A venda da companhia, que faz parte do programa de privatizações acordado com a troika, já é prometida há mais de duas décadas por sucessivos governos.

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