Fraco crescimento europeu afecta comércio mundial
As condições económicas nos Estados Unidos têm vindo a melhorar, e a China tem continuado a crescer. Contudo, destas melhorias que têm ajudado a aumentar o comércio mundial, as exportações destes países têm sido adversamente afectadas pela diminuição das importações na Europa. O velho continente, como há muito se sabe, tem sido afectado pela fraco crescimento, desemprego e incerteza sobre a sobrevivência da moeda única.
Este clima económico tem levado a uma diminuição das importações europeias para 5% abaixo do seu valor em 2011. Isto tem uma importante relevância para o comércio mundial visto que se se considerarem as trocas comerciais intra-europeias, a Europa contribui para cerca de 32% do comércio mundial. Contudo, se a Europa for tratada como uma entidade só (isto é, se não se contar o comércio entre países europeus), o continente representa 15% do comércio mundial. Fazendo assim as contas, em vez de se ter asssistido a um crescimento de apenas 2,0% no comércio mundial, estaríamos perante um aumento de de 3,2%.
Pascoal Lamy, director-geral da Organização Mundial do Comércio, adverte para o aumento do proteccionismo na Europa, algo que poderá piorar os fluxos de comércio mundial: “Desde que a fraqueza económica global persista, pressões proteccionistas vão aumentar e poderão se tornar esmagadoras. O perigo do proteccionismo poderá ser maior agora do que no início da crise visto que outras políticas para restaurar o crescimento têm-se revelado pouco promissoras.”
Ao contrário do volume que aumentou 2,2%, o valor do comércio mundial ficou praticamente igual – aumentou 0,2% para um valor total de 18,3 biliões (milhões de milhões) de dólares, ou seja, 14 biliões de euros. Este fraco aumento quando comparado com o volume tem a ver com a diminuição do preço das mercadorias. De acordo com estatísticas do FMI, as maiores descidas de preços têm sido registadas no café (-22%), algodão (-42%), ferro (-23%), e carvão (-21%).