Fnac diz que “os mercados continuam negativos” em Portugal
Grupo francês teve um prejuízo de 42,6 milhões a nível global no semestre.
Na Península Ibérica (não há dados separados para Portugal e Espanha), o volume de negócios foi de 284 milhões de euros, menos 3,1% face aos primeiros seis meses do ano passado (excluindo as lojas entretanto abertas).
De acordo com a empresa francesa, “os mercados continuam negativos” em Portugal, que classifica como “um país importante para o grupo”. Já em Espanha, a Fnac destaca uma melhoria enquadrada por uma conjuntura mais positiva das condições macroeconómicas do país.
Em Portugal, a Fnac tem vindo a apostar na expansão do número de lojas, em zonas onde ainda não tinha presença. Oeiras, Setúbal e Faro foram a primeiras e a ideia é abrir mais unidades. "Para estarmos mais perto de um tipo de consumidores que hoje não alcançamos, precisávamos de nos libertar um pouco do formato standard" de 2000 metros quadrados, explicou ao PÚBLICO, em Dezembro de 2013, a directora-geral da Fnac para Portugal e Espanha, Cláudia Almeida e Silva.
A abertura mais recente foi a da loja de Oeiras, em Dezembro do ano passado, e que funcionou, de acordo com o grupo, como estreia de um “novo conceito mundial”, centrado na tecnologia e inovação. Com as três novas unidades, que representaram um investimento de dez milhões de euros, o grupo passou a deter 22 lojas no mercado português (e 25 em Espanha). A empresa tem apostado também na redução de custos e desenvolvido uma forte aposta no online, além de reconverter a tipologia de produtos vendidos nas lojas, de modo a compensar a quebra nos discos e filmes.
No comunicado sobre os dados do primeiro semestre deste ano, o grupo francês, liderado por Alexandre Bompard, destaca que a Fnac vai continuar a sua política para melhorar a eficácia operacional, com melhoria dos custos. Sobre o primeiro semestre, a empresa diz que houve uma subida das vendas em França (o seu maior mercado, com 117 lojas), apesar da intensidade das promoções que marcaram o sector e de condições (nomeadamente meteorológicas) menos positivas no segundo trimestre do ano.
A Fnac tem também 12 lojas no Brasil que, no segundo semestre, geraram 68 milhões de euros de receitas, menos 8,4% do que em idêntico período do ano passado (excluindo as novas aberturas).
O facto de o grupo francês ter sofrido, a nível consolidado, um resultado líquido negativo de 42,6 milhões de euros no primeiro semestre não significa que o ano de 2015 termine com prejuízos, já que é no segundo semestre que a empresa tem uma melhor performance (nomeadamente por causa das compras de Natal). Em 2014, e não obstante o resultado líquido negativo de 42,1 milhões nos primeiros seis meses, o grupo encerrou o exercício com um lucro de 41 milhões de euros.