Ferreira Leite: corte nas pensões de sobrevivência viola a social-democracia

Antiga líder do PSD acredita que a medida foi tomada em dois dias sem ser pensada.

Foto
Manuela Ferreira Leite mostrou que sabe como funciona o sistema económico na Europa Foto: João Henriques

Por isso, acrescenta, compreende que na passada quarta-feira os deputados do PSD tenham ficado calados quando a medida foi debatida no Parlamento, deixando as despesas de defesa do Governo para o CDS.

“Percebo que os deputados do PSD estejam muito incomodados com esta medida. É que na matriz social-democrata não se aceitam sistemas de segurança social assistencialistas. Aquilo que se defende é sistemas de segurança social contributivos."

Para Ferreira Leite, o partido social-democrata não interfere na vida das pessoas”. “As pessoas são livres de fazerem o que entenderem durante a sua vida. Percebo que uma medida que é a transferência sub-reptícia de uma situação contributiva para uma situação assistencialista seja algo que incomoda muito um social-democrata.”

E a antiga Presidente do PSD diz não ter nenhuma dúvida “que os deputados sociais-democratas são sociais-democratas e por isso ficam calados porque vão defender algo que é contra a matriz do partido”.  

A economista acredita que Paulo Portas não mentiu quando, na passada semana, apresentou os resultados da avaliação da troika, não mencionando os cortes nas pensões de sobrevivência. Por isso, acha “que esta medida foi tomada em dois dias”

“Não estava pensada, não estava imaginada e houve alguém que de noite se lembrou daquilo. Uma medida destas, sem nenhum estudo, sem medir as consequências, que é tomada assim de repente, absolutamente lesiva das pessoas e lesiva do sistema, é de uma irresponsabilidade que não tem comentários”, acrescentou.
   
 
 

Sugerir correcção
Comentar