Atingindo um valor máximo de 895,9 milhões de euros em 2001, as exportações de cortiça foram diminuindo até um mínimo de 823,7 milhões de euros em 2009 devido à ameaça dos vedantes alternativos. Desde então, o mercado de exportações tem vindo a aumentar.
A Amorim, a maior produtora de cortiça nacional, encerrou 2012 com um recorde de 511 milhões de euros em vendas, relatando um aumento de 22,9% face ao ano anterior. Em termos absolutos, o EBITDA da empresa registou um crescimento de 13,8%, ascendendo a 82,5 milhões de euros.
João Rui Ferreira, presidente da Associação Portuguesa da Cortiçar (Apcor) refere que “o aumento das exportações demonstra, por um lado, a preferência dos mercados pelos produtos de cortiça e, por outro lado, é o resultado da estratégia da indústria da cortiça, levada a cabo nos últimos anos. A inovação e o reforço dos índices de qualidade dos produtos aliados a uma clara aposta na comunicação e em novos mercados são alguns dos exemplos do trabalho em curso que nos conforta e inspira para um futuro mais promissor”.
A Amorim, por sua vez, refere que o seu sucesso se deve tanto ao aumento da eficiência operacional como à diversificação das suas actividades e ao incremento do negócio extra europeu. Em comunicado, a empresa refere ainda que embora o mercado europeu tenha abrandado, as vendas de rolhas aumentaram 4% graças aos mercados no Novo Mundo.
A Amorim tem investido em pesquisa para fazer face às rolhas sintéticas. A nova gama Neutrocork tem assistido a um aumento de vendas de 20%. As novas rolhas são tratadas com vapor de água de modo a reduzir a incidência de TCA - Trichloroanisol, um químico que dá ao vinho o chamado sabor a rolha. Assim, as rolhas sintéticas perdem a vantagem que mantinham em relação às tradicionais.
Segundo a Apcor, os principais destinos das exportações portuguesas de cortiça são: França (20,34%), EUA (17,11%) Espanha (11,16%), Itália (10,04%) e Alemanha (9,72%).