Ex-ministro da Economia defende reescalonamento da dívida até 60 anos

Santos Pereira diz que a dívida europeia é como um enorme elefante na sala que ninguém quer ver.

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O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira Enric Vives-Rubio

Para o antigo governante, que deixou o cargo em Julho e foi substituído por António Pires de Lima (CDS), a acção isolada “teria consequências draconianas”, pelo que é importante que seja uma acção concertada a nível europeu.

“Não é somente com pacotes de austeridade que vamos resolver o problema da dívida”, que classificou como “o enorme elefante que está na sala e que ninguém quer ver”. “A Europa não vai ter um crescimento duradouro e sustentado enquanto não resolver este problema”, frisou.

Durante a intervenção, Santos Pereira recordou os exemplos da América Latina, nos anos 80, e da República Federal da Alemanha, no rescaldo da II Guerra Mundial para demonstrar que o reescalonamento é a melhor solução. “Termos de pagar todos os cêntimos da nossa dívida e fazer um haircut não vai servir ninguém. É fundamental que os países europeus cheguem a acordo para reescalonar a dívida a 40, 50 ou 60 anos”, defendeu.

O ex-ministro aproveitou ainda para deixar um aviso: “Se não houver uma solução europeia para a crise, se insistirmos na austeridade cega, vamos ter ditaduras na Europa”.

 

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