Estudo alarga denúncias sobre emissões dos automóveis a outras marcas

Libertação de CO2 em uso normal é quase 40% superior aos testes em laboratório.

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Milhões de veículos a diesel não respeitam as normas de emissões REUTERS/Wolfgang Rattay

A diferença média nas emissões de CO2 o vilão do aquecimento global e um indicador do consumo de combustível chegou a 38% em 2014, segundo dados de 600.000 veículos, de seis países europeus, avaliados pelo Conselho Internacional para os Transportes Limpos (ICCT, na sigla em inglês).

Há anos que esta organização e a europeia Transport & Environment vêm denunciando que os testes em laboratório não reproduzem as emissões quando os carros estão de facto a rodar nas ruas e estradas. A nova avaliação agora divulgada mostra que esta diferença é cada vez maior, tendo subido de 8% em 2001 para quase 40% agora, em relação ao CO2.

As duas organizações alegam que os fabricantes valem-se de buracos na legislação para utilizar técnicas que favorecem o desempenho dos automóveis em laboratório. Encher os pneus em demasia, manter equipamentos eléctricos não essenciais desligados ou utilizar lubrificantes especiais são algumas delas.

Na prática, os carros consomem mais combustível em uso normal. A diferença significa uma média de 450 euros a mais por ano para os condutores europeus, segundo o estudo.

Os dados de laboratório, segundo o ICCT e a Transport & Environment, estão a falsear o sucesso da indústria automóvel em reduzir as suas emissões. “Menos da metade da redução das emissões de CO2 reportadas no papel desde 2001 não se materializaram na prática”, refere uma síntese do estudo da ICCT.

O tema das falsas emissões ganhou enorme destaque com a descoberta de que a Volkswagen instalou um software para deliberadamente driblar os testes em laboratório. As emissões de óxidos de azoto (NOx), um sério poluente atmosférico e também um gás com efeito de estufa, eram na verdade até 40% superiores. 

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