Turismo de Portugal aposta cada vez mais na Internet para promover o país

Novo plano de promoção permitiu reduzir o orçamento em 30%.

Foto
81% dos fãs da página do Turismo de Portugal no Facebook são estrangeiros Adriano Miranda

O menor investimento, os maiores resultados e a crescente utilização da internet como forma de planear viagens, por grande parte das pessoas, são alguns dos principais motivos para o Turismo de Portugal considerar a promoção feita através da internet mais eficaz do que as tradicionais campanhas institucionais.

Até 2013 as campanhas de promoção internacional de Portugal eram feitas essencialmente offline e maioritariamente através da imprensa. A partir do ano passado, Portugal investiu na internet cinco milhões de euros em 2013 e 2014 respectivamente, como meio difusor do país como destino turístico, segundo dados apresentados  por João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal. 

O modelo publicitário centrado em Portugal como um todo e não em promoções regionais decorre em treze mercados, fala onze idiomas e já contabiliza 400 campanhas. São utilizados essencialmente como meios de divulgação o Google (Google adWords e Google Display), o Facebook e o Youtube. O tráfego nestes canais é depois direccionado para o portal de promoção turística internacional.

A aposta exclusiva em meios online permitiu que o Turismo de Portugal reduzisse o seu orçamento em 30%. Os gastos com publicidade sofreram igualmente um decréscimo. Enquanto nos últimos anos a média de investimento em publicidade internacional se situava em cerca de dez milhões de euros, este ano estima-se  que o gasto seja de metade desse valor.

A política de “fazer mais com menos” presente neste plano permitiu reduzir as despesas com promoções (eventos, feiras, comunicação/publicidade) em 20,6 milhões de euros durante os últimos três anos. Em 2011, gastaram-se 34,8 milhões de euros, valor que diminuiu substancialmente quando comparado com os 14,4 milhões de euros previstos para este ano. 

Os apoios a eventos internacionais foram os que sofreram uma maior redução desde 2011 até à previsão deste ano, traduzindo-se em menos 13,7 milhões gastos em três anos. Em 2011 eram investidos 18 milhões de euros neste tipo de eventos, enquanto que, em 2014, se prevê gastar 4,3 milhões de euros. 

O número de fãs na página do Facebook VisitPortugal tem aumentado nos últimos anos. Em 2012, 25% dos fãs da página eram estrangeiros, percentagem que aumentou agora para 81%. Também o número de visitas ao portal cresceu 92,5% no ano móvel terminado em Abril de 2014, quando comparado com igual período do ano anterior.

O ministro da Economia, António Pires de Lima, e que esteve presente no evento de hoje, considera que o novo plano de divulgação internacional de Portugal é uma “opção que nos permite com menos fazer muito mais e de forma mais eficiente. Chegar mais longe, ter um relacionamento mais personalizado, moderno e em tempo real. Ter uma relação de proximidade e confiança com os turistas". 

Turismo e restauração criaram 25.000 postos de trabalho 
“Um campeão da economia nacional” foi como Pires de Lima caracterizou o turismo em Portugal durante a sua intervenção na apresentação. O ministro acredita que “Portugal continua com motivos para acreditar no sector”. Os valores do primeiro trimestre de 2014 seguem a linha de crescimento verificada no último ano, e o número de turistas aumentou em 7,1% em comparação com o período homólogo.Os primeiros três meses do ano resultaram em mais 4% de dormidas, mais 6% de hóspedes e ainda num aumento em 5,9% nos proveitos de aposentos na hotelaria.

O turismo em Portugal contribuiu ainda, segundo Pires de Lima, para uma “quebra no desemprego”, com a criação de    25.000 postos de trabalho no turismo e restauração nos últimos doze meses. Para o ministro,este é "o sector que mais contribui para o saldo positivo da balança de pagamentos e um dos maiores sectores exportadores nacionais".

O director executivo da  Organização Mundial de Turismo (OMT), Márcio Paula, também presente no evento, destacou que o crescimento do turismo em Portugal foi "notável" tanto a nível mundial como da União Europeia, "situando-se na 13ª posição do mundo em termos de supéravit na balança do turismo internacional". Lembrou ainda "que este valor corresponde a 3,7%" do Produto Interno Bruto de Portugal. 

 “É em Portugal que os principais verbos do turismo -- comer, beber, dormir, comprar, divertir-se e trabalhar -- podem ser conjugados com gosto e qualidade”, afirmou.

Texto editado por Luís Villalobos

Sugerir correcção
Comentar