BES cai 15% em bolsa após suspensão das acções da ESFG
Decisão de suspender negociação dos títulos da holding que detém 25% do banco relacionada com dificuldades na ESI.
Num comunicado divulgado na CMVM nesta quinta-feira, a holding que controla 25% do BES refere ainda que está a “avaliar o impacto financeiro da sua exposição à ESI”. Os títulos estiveram a perder mais de 16% na sessão bolsista de quinta-feira, batendo em novos mínimos históricos. Quando foram suspensas, as acções estavam a cair 8,85%, para 1,185 euros.
A suspensão decidida pela ESFG abrange igualmente as obrigações emitidas pela Espírito Santo Financière (ESFIL).
Na terça-feira a Moodys colocou o rating da ESFG oito níveis abaixo do lixo, próximo do patamar da falência, justificando a revisão com a falta de transparência das relações accionistas intra-GES e pelas dificuldades financeiras das sociedades familiares.
Para além de deter 25% do BES, a ESFG é dona do Banque Privée, que tem falhado o pagamento aos seus clientes do papel comercial da Espírito Santo International.
Na edição desta quinta-feira, o Diário Económico escreve que a gestão da ESI está a avaliar um pedido de insolvência, uma medida que permitiria avançar com o plano de reestruturação que será votado pelos accionistas numa assembleia-geral marcada para 29 de Julho.
Sem citar fontes, o jornal refere ainda que o pedido de protecção judicial de credores poderá implicar o afastamento dos representantes da família Espírito Santo da gestão, devido às irregularidades financeiras detectadas na ESI e que estão sob investigação.
A tendência de queda das acções do BES agravou-se depois do anúncio da ESFG, com os títulos do banco ainda liderado por Ricardo Salgado a desvalorizarem mais de 13% para 0,53 euros e empurrando a praça lisboeta para a maior queda entre os principais mercados europeus.
As acções da PT, também apanhada no turbilhão que tem envolvido nos últimos meses o grupo GES, estavam a cair 3,5%, para 1,93 euros. A operadora, que está em processo de fusão com a brasileira Oi, está sob escrutínio das entidades supervisoras dos mercados norte-americano, brasileiro e português devido ao investimento de quase 900 milhões de euros em papel comercial da Rioforte, a holding não financeira do GES.