Segundo a AFP, os colegas de Karim Zaouai, de 32 anos, doaram-lhe um total de 362 dias, conseguidos através de um mecanismo de compensação de horas extraordinárias conhecido por RTT, que lhes foi atribuído quando o tempo de trabalho em França passou das 39 para as 35 horas por semana, no ano 2000.

No espaço de uma semana, os colegas de Zaouai reuniram dias equivalentes a cerca de um ano, o que lhe permitirá ficar em casa com a mulher, que tem uma cesariana marcada para o dia 17 de Novembro, mas que em Julho sofreu uma hemorragia cerebral e tem estado internada desde então. A cadeia de solidariedade criada em redor do casal, que já é pai de uma menina de oito anos, reuniu contribuições de pelo menos 200 motoristas e teve mesmo de ser interrompida.

Karim, que é motorista de autocarro há dez anos, disse à AFP que foi apanhado de surpresa pela iniciativa dos colegas. “Foi um dos meus amigos que tomou a iniciativa”, disse o francês, explicando que a mulher terá de reaprender a andar e que por isso deverá ser “acompanhada em permanência quando regressar a casa com o bebé”.

Em França, a doação de RTT passou a ser autorizada em Abril, desde que haja autorização do empregador. A lei visa “permitir às famílias conciliar a vida profissional com momentos de grande sofrimento pessoal, como uma doença ou a perda de um filho”.